Como vencer vícios e compulsões – Parte 01
Provérbios 23.29-35; João 16.7-15; Efésios 5.18-19.
INTRODUÇÃO
Pesquisas de relacionamentos confirmam que o viciado e o compulsivo, pelos seus desvarios, fecham a porta aos seus amigos e familiares e, assim, cada vez mais se distanciam de si mesmos e de quem os possa ajudar. Seu desespero é constante. O vício é um dos maiores problemas que as pessoas enfrentam hoje em dia. De igual modo, existe a compulsão, que é a tendência à repetição, impulso ou sensação de estar sendo levado, irresistivelmente, a executar alguma ação irracional.
O dicionário da língua portuguesa define o vício como qualquer prática de atos repetitivos, difícil ou impossível de controlar, tanto no aspecto psicológico quanto físico, atos geralmente prejudiciais ou moralmente censuráveis. Vício é um costume condenável; um desregramento habitual; libertinagem, licenciosidade, devassidão. “O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente” (Pv 16.27).
A dependência do vício ou do comportamento compulsivo é provocada por diversos fatores e influências, dos quais os mais comuns são: aqueles vistos dentro de casa, na vida dos próprios pais ou irmãos; as pressões de amigos; as influências sociais; o ambiente étnico-cultural; o fator fisiológico (constituição física); o estresse, entre outros. A dependência do vício pode ser provocada pelo simples uso ocasional de certas substâncias por qualquer pessoa (caso da morfina indicada no tratamento médico).
Os vícios e compulsões são manipuladores tenazes que reduzem o homem à mais profunda miséria moral, com prejuízo para o corpo físico. São inimigos terríveis que destroem tudo à sua passagem. Depois de fascinar e escravizar o homem, minam suas forças até limites inimagináveis. “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus e que não sois de vós mesmos?” (1 Co 6.19).
Vícios e compulsões não são iguais no que se refere ao potencial de provocar danos. No entanto, envolvem alterações de comportamento, deterioração física, estresse familiar, problemas financeiros, destruição da carreira profissional e crescente desintegração psicológica.
Para um melhor aproveitamento deste assunto, recorremos às considerações do Dr. Gary Collins, no capítulo 33 do seu livro.
A Bíblia condena expressamente o vício
As Escrituras reprovam qualquer prática que resulte em prejuízo para o corpo físico. Uma vez que os vícios ou qualquer comportamento compulsivo do indivíduo lhe são prejudiciais, são também condenáveis pela Bíblia. “Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem” (Pv 23.20-21).
Não se deixe escravizar por coisa alguma (1Co 6.12-20; 7.23)
Qualquer tipo de comportamento que não se consegue controlar (dominar) é condenado pelas Escrituras por escravizar o homem. Todo vício e compulsão têm sua origem na mente da pessoa. Trata-se de um pensamento compulsivo, independente da motivação inicial, deixando o indivíduo vulnerável às tentações, que o levam ao pecado. “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos” (is 55.7).
Não contamine o templo do Espírito que é o seu corpo (1 Co 6.18-20; Rm 6.16; 12.1-2)
O indivíduo salvo da condenação eterna foi comprado pela graça de Cristo e a Ele pertence, pela criação e pela redenção. Portanto, é dever do cristão glorificar a Deus com todo o seu ser, rejeitando todo tipo de vício, como: glutonaria, linguagem obscena, ganância, luxúria, alcoolismo, tabagismo, drogas, o mau uso da televisão ou da internet, imoralidade sexual, trabalho excessivo, exercícios físicos exagerados, jogos de azar, fanatismo religioso, entre outros. Paulo exortou assim os cristãos em Roma: “Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumento de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós” (Rm 6.13-14).
Não considere a ideia do beber socialmente (Pv 20.1; 23.29-35-BLH; 1 Co 5.11; 6.9-10; Gl 5.21; Ef 5.18)
A embriaguez é clara e explicitamente condenada na Bíblia, que a classifica como pecado. Portanto, não devemos nos envolver com a bebida, nem nos deixar viciar por ela. Estatisticamente o álcool é considerado a principal porta de entrada para todos os demais vícios e, também, a maior causa de morte por acidente de trânsito, homicídio e violência familiar. “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio” (Pv 20.1). Tudo começa com o primeiro gole. Portanto, a prevenção ainda é o melhor remédio. “ O prudente vê o mal e esconde- se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena” (Pv 27.12).
Vícios não servem de muletas para inocentar o culpado (Rm 13.1-5)
Não pratique o que é mal perante a lei. A Bíblia nos instrui a sermos cidadãos cumpridores da lei. Um indivíduo que comete um delito não é inocentado pela Bíblia pelo fato de ser um viciado. “Entretanto, se fizeres o mal, teme (a autoridade constituída), porque não é sem motivo que ela traz a espada, pois a autoridade é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Rm 13.4).
Vícios não resolvem problemas nem reduzem tensões (Mt 11.28; IPe 5.7)
Pessoas buscam no vício um escape para o estresse. No entanto, após aparente alívio, o vício fomenta ainda mais o desequilíbrio das suas capacidades orgânicas. Invariavelmente, o vício oferece um prazer que dura pouco, mas pode deixar sequelas, consequências profundas e duradouras e, por vezes, irreversíveis na saúde e no bem- -estar do indivíduo. Para o viciado, o prazer é transitório e o sofrimento, duradouro; contudo mesmo consciente desta funesta realidade, na maioria dos casos, o viciado é incapaz de deixar o vício. Poucos vão se apropriar da dádiva que o próprio Jesus oferece: “Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28 NTLH).
Conclusão
Você não nasceu com vício e não deve morrer por causa disso. Tudo que tenta te dominar pode se tornar algo vicioso. Tome muito cuidado com práticas que podem se tornar algo incontrolável.
Se você já tem um vício, lembre-se que é importante desejar ser livre até que a vontade de sair seja maior que o próprio vício. Procure encontrar prazer em Deus de maneira que a alegria espiritual seja compensatória das carências que o vício tanta satisfazer de maneira ilusória. Seja determinado a vencer o pecado, não negociando ou protelando a decisão para depois.
Gostaria de ser liberto de um vício? Jesus Cristo pode e quer te libertar!