Introdução a 1 e 2 Timóteo
Cartas para um Jovem Evangelista
Timóteo, amado “filho” na fé. O jovem Timóteo morava na cidade asiática de Listra, e era filho de uma judia crente e um pai grego (veja Atos 16:1). É provável que Timóteo e sua mãe fossem convertidos pela pregação de Paulo durante a primeira viagem missionária do apóstolo (veja Atos 14). Ao visitar Listra novamente durante sua segunda viagem, Paulo ouviu o bom teste-munho dos irmãos sobre Timóteo e decidiu levá-lo consigo para o trabalho da pregação do evangelho (Atos 16:2-3). Sendo que o pai de Timóteo não era cristão, Paulo logo se tornou como um “pai” na fé para este discípulo. O apóstolo mostra grande respeito, confiança, e amor por Timóteo, mencionando o discípulo com muita afeição em 8 das 13 cartas que escreveu.
O tema das cartas. A tarefa de Timóteo na cidade de Éfeso não era pequena. Paulo o havia deixado com o cargo de corrigir “certas pessoas” que estavam promovendo erro doutrinário (1 Timóteo 1:3). Na primeira carta, para ajudá-lo a combater estes falsos mestres, Paulo ensina a Timóteo “como se deve proceder na casa de Deus” (1 Timóteo 3:15). Embora que Timóteo fosse ainda jovem (1 Timóteo 4:12), ele teria que ensi-nar e ordenar estes mandamentos de Deus aos irmãos de Éfeso (1 Timóteo 4:6,11,16).
Na segunda carta, Paulo encoraja Timóteo a continuar pregando a palavra, corrigindo e repreendendo “com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:2), mesmo no meio de muitas perseguições pelas mãos dos infiéis (2 Timóteo 1:8; 2:3; 3:12-13; 4:5).
A ênfase de Paulo nestas duas cartas está sempre voltada à palavra de Deus. Tudo o que Timóteo precisava, tanto para corrigir erros doutrinários como para ficar firme no meio de tribulação, ele poderia achar na palavra do Senhor. Por este motivo, Paulo exorta a Timóteo: “aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino” (1 Timóteo 4:13), e “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro…que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15).
Paulo sabia que Timóteo precisava da palavra de Deus para fazer o trabalho de evangelista. Ele não ordenava que Timóteo se apoiasse na sua “experiência”, e nem que ele estudasse teologia para aprender pregar. Em vez disso Paulo mandou: “tem cuidado de ti mesmo e da doutrina…porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16).
O caráter das cartas. Paulo, embora tendo grande intimidade como um “pai” para Timóteo, começa as duas cartas falando da sua autoridade como apóstolo (1 Timóteo 1:1; 2 Timóteo 1:1). Estas não são meramente cartas particulares, mas contêm a revelação divina de Deus (veja 1 Coríntios 14:37; Efésios 3:3-5; 2 Pedro 3:15-16).
As cartas foram escritas inicialmente para Timóteo, e assim contêm muitas referências particulares, que não podemos aplicar como mandamento do Senhor (veja 1 Timóteo 1:3 e 5:23; 2 Timóteo 4:21). Mesmo assim, elas têm um segundo nível de aplicação universal, revelando a vontade de Deus sobre o papel das mulheres (1 Timóteo 2:11-15), as qualificações dos bispos e diáconos (1 Timóteo 3:1-13), a inspiração das Escrituras (2 Timóteo 3:14-17), e várias outras coisas.
-por Carl Ballard
1 Timóteo 1:1-20
“Combate o Bom Combate”
Saudação (1:1-2). Ao escrever para encorajar o jovem Timóteo, Paulo assume os dois papéis de apóstolo e de “pai” espiritual. Como apóstolo “pelo mandato de Deus”, suas palavras carregam a autoridade da revelação divina, e devem ser obede-cidas como sendo de Deus (veja 1 Coríntios 14:37). Como “pai” escrevendo para seu “verdadeiro filho na fé”, suas palavras têm um tom de afeição e oferecem conforto.
Contra doutrinas falsas (1:3-11). Paulo lembra Timóteo do propósito do seu trabalho como evangelista em Éfeso: a correção do erro. “Certas pessoas” estavam deixando de ensinar a doutrina de Cristo em favor de “outra doutrina” e “fábulas e genealogias sem fim”. Por causa destas coisas, alguns não estavam crescendo no “serviço de Deus”, mas estavam se perdendo em discussões inúteis (1:3-4). Timóteo precisava exortar a igreja acerca de “amor… de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1:5). Onde não há amor pela verdade de Deus e pelas pessoas que precisam da salvação, a consciência se engana, e ao seguir e ensinar com fervor as doutrinas de homens, a fé e as obras se tornam vãs e hipócritas (1:6-7; veja 2 Tessalonicenses 2:9-12; 1 Timóteo 4:1-2; 2 Timóteo 4:1-4; Mateus 15:7-20).
O uso legítimo da lei (doutrina) de Deus é a correção dos que erram, e não a criação de polêmicas e discussões (1:8-11; veja 2 Timóteo 3:16; Romanos 7:7; Gálatas 3:19). Quem discute a doutrina de Deus sem primeiramente ouvi-la e obedecê-la comete um grande erro (veja Mateus 22:23-33)! Com muito cuidado devemos compreender, falar e praticar ousadamente somente a doutrina que o Senhor nos revelou no seu evangelho.
O poder do evangelho (1:12-17): Ninguém sabia mais sobre engano do que o próprio apóstolo Paulo. Ele acreditava estar fazendo o que era reto perante Deus, mas na sua ignorância e incredulidade, ele perseguia com fervor a igreja do Senhor (1:12-13; veja Atos 8:1-3; 9:1-2). Porém, pela graça de Deus através do evangelho, até este “principal” dos pecadores recebeu perdão quando creu “para a vida eterna” (1:14-17). O evangelho que salvou Paulo não incluiu a doutrina de “certas pessoas” em Éfeso! Era este o evangelho que Timóteo precisava pregar, confiante no poder dele tanto para corrigir erro como salvar os que nele crêem (veja Romanos 1:16-17).
O bom combate (1:18-20). Timóteo precisava ficar firme na luta contra falsa doutrina (1:18-19; veja Judas 3-4). Hoje há muitos que têm “rejeitado a boa consciência” e ensinam como doutrina coisas que não fazem parte do evangelho do Senhor (1:19; veja 1 Timóteo 4:1-3; 2 João 8-9). Devemos manter a fé assim como Timóteo, pregando fielmente a palavra do Senhor para corrigir os que “blasfemam” com doutrinas falsas (1:20).
Perguntas para mais estudo:
Qual o resultado quando pessoas deixam de ensinar a doutrina de Cristo? (1:3-11)
O fervor de alguém prova que a doutrina é de Deus? Qual a prova certa? (1:3-17)
O que é necessário para não “naufragar” na fé? (1:18-20)
-por Carl Ballard
1 Timóteo 2:1-15
“Levantando Mãos Santas”
A prática de oração (2:1-8). Visto que Timóteo precisava de firmeza na luta contra falsa doutrina (1:3-20), Paulo o exortou que começasse “antes de tudo” orando (2:1). Jesus falou muito da importância de oração (veja Marcos 9:14-29; Lucas 18:1-8), e oração constante é evidente nas vidas dos seus discípulos (veja Atos 1:12-14; 4:23-31). Paulo exortou a Timóteo que praticasse a oração em todas as suas formas:
• súplicas: pedidos específicos, baseados em necessidades. Timóteo precisava de coragem para pregar apenas a verdade.
• orações: palavras direcionadas a Deus. A oração é uma conversa com o Pai celeste, o Criador do universo.
• intercessões: pedidos em favor de outras pessoas. O cristão tem acesso ao Pai através de Jesus (veja Romanos 5:2; Efésios 2:18 e 3:12) e deve ajudar aos outros que estão perdidos.
• ações de graças: agradecimento por tudo que Deus já fez.
A oração certa não pensa em si só, mas é feita em favor de outros. Paulo exortava que as orações fossem feitas em favor de todos, e especificamente em favor das autoridades, a fim de que todos vivessem uma “vida tranqüila” (2:1-2). Deus deseja a salvação de todos, e a vida tranqüila facilita que as pessoas “cheguem ao pleno conhecimento da verdade” para que sejam salvas (2:3-4).
Orando “antes de tudo” daria a Timóteo a perspectiva certa. Ele não precisava lutar para defender a si mesmo, mas para defender a verdade de Deus, a testemunha do sacrifício de Jesus “por todos” (2:5-7). Falsos mestres lutam contra Deus e não contra evangelistas. Por isso, é necessário que os homens orem em santidade, “sem ira e sem animosidade” (2:8). A oração certa é feita para salvação e não para condenação.
Acerca das mulheres (2:9-15). As mulheres também devem refletir a santidade em suas vidas. A mulher não deve chamar atenção para si com a sua aparência física, mas pelas suas boas obras deve mostrar a sua piedade (2:9-10; veja 1 Pedro 3:1-6).
A mulher piedosa é submissa, e aprende “em silêncio” (2:11). Muitos tropeçam com esta palavra, dizendo que as mulheres têm tanta habilidade quanto os homens para ensinar a palavra de Deus, e por isso seria até errado se elas se mantivessem caladas. Porém, a questão não é de habilidade, e sim de autoridade. Paulo não disse que a mulher não é capaz, mas que ela não é permitida. Sem a permissão de Deus para falar, ela deve manter “silêncio” (2:12; 1 Coríntios 14:34-37). Ainda outros se justificam dizendo que esta palavra reflete as “injustiças” da época contra as mulheres. Porém, Paulo não falava da sua época, mas de uma diferença nos papéis de homens e mulheres desde a criação (2:13-15; veja Gênesis 3:16-17). A mulher piedosa respeitará os limites de Deus.
Perguntas para mais estudo:
Qual o motivo de oração correta? (2:1-8)
A palavra de Deus permite à mulher ensinar ou exercer autoridade de homem? (2:12) Então, é o plano de Deus que a mulher seja pastora? Bispa?
Paulo revelou filosofias sociais da sua época, ou a palavra de Deus? (2:9-15; veja 1:1)
por Carl Ballard
1 Timóteo 3:1-7
“Uma Excelente Obra”
Na instrução para combater erro doutrinário em Éfeso, Paulo inclui ensinamento sobre os presbíteros. É o plano de Deus que cada igreja local eleja presbíteros qualificados (veja Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5). Paulo não oferece a Timóteo sugestões para esta escolha, mas dá qualificações, dizendo que “é necessário…” (3:2). Portanto, quem não tiver todas estas qualidades reveladas por Deus não deve ocupar o cargo de presbítero.
Qualificações dos bispos (3:1-7). As palavras “episcopado” (3:1) e “bispo” (3:2) traduzem uma só palavra grega (episkopos) que quer dizer “supervisar” ou “pastorear”. Na Bíblia, bispos também são chamados de “presbíteros” (“anciãos”), e sua função é a obra de pastorear o rebanho de Deus (veja Atos 20:17-28). Logo, as palavras “pastor”, “bispo”, e “presbítero” descrevem o mesmo cargo, e a distinção feita entre elas por homens não tem base bíblica. Assim, o que é necessário para ser bispo é necessário também para ser pastor ou presbítero.
As qualificações do bispo ressaltam seu caráter provado como servo fiel a Deus, e nada têm a ver com posição social ou grau de escolaridade. Olhando para todas as qualificações juntas, tiramos algumas observações gerais sobre bispos:
O cargo de bispo é uma obra (3:1): “bispo” não é um mero título de honra, mas é uma obra de muita responsabilidade espiritual (note as fortes advertências de Paulo em Atos 20:28-32). Esta obra deve ser feita somente por homens preparados e qualificados pela palavra de Deus!
O bispo deve ser irrepreensível (3:2): a palavra “irrepreensível” fala da necessidade do bispo ser reconhecido por seu bom comportamento e domínio próprio. Veja como as outras qualificações descrevem esta qualidade: “temperante”, “sóbrio”, “modesto” (3:2); “não dado ao vinho”, “não violento”, “inimigo de contendas”, “não avarento” (3:3); tendo “bom testemunho dos de fora” (3:7).
O bispo deve ser fiel em casa (3:2, 4-5):
• Como “esposo de uma só mulher” (3:2), o bispo mostra fidelidade e respeito para a aliança feita por Deus (veja Mateus 19:6).
• Como quem governa “bem a própria casa” (3:4-5), o bispo mostra fidelidade em cuidar das almas dadas a ele por Deus (veja Salmo 127). Se os filhos o obedecem com respeito, isto mostra sua capacidade como líder e disciplinador, a qual será necessário para lidar com “crianças espirituais” na igreja (veja 1 Pedro 2:1-2).
[Estas qualificações exigem mais duas observações importantes: O bispo deve ser casado e ter filhos. Na Bíblia não há bispos solteiros. O bispo tem que ser homem – “esposo”. A Bíblia não menciona “bispas”, “pastoras”, ou “presbíteras”.]
Perguntas para mais estudo:
- Qual a distinção bíblica entre presbíteros, bispos e pastores? (3:1-2; Atos 20:17-28)
- Qual o foco principal das qualificações dos bispos? (3:1-7)
- Pelo que Paulo escreveu, podemos concluir que é a vontade de Deus que um pastor seja solteiro? Que seja uma mulher? (3:1-7; veja Tito 1:6)
-por Carl Ballard
1 Timóteo 3:8-16
“Como Proceder na Casa de Deus”
Acerca dos diáconos (3:8-13). Depois de falar das qualidades necessárias para um homem ser bispo (3:1-7), o apóstolo Paulo também fala das qualificações para os diáconos. “Diácono” traduz a palavra grega “diakonos”, que descreve um servo em relação a seu trabalho. Embora todos os cristãos devem servir a Deus (Romanos 6:22-23) e uns aos outros (Marcos 10:42-45), o diácono é um servo com um trabalho definido para fazer na igreja (veja Atos 6:1-5 como exemplo deste tipo de serviço). O diácono, assim como o bispo, deve ser alguém aprovado por Deus (3:8). Estas qualidades são necessárias para ser diácono na igreja do Senhor:
“respeitável” (3:8): o diácono vai servir, e assim deve ser alguém cujo caráter como servo de Deus é notável pelo seu comportamento sério e pela confiança que os outros têm nele.
“de uma só palavra” (3:8): o diácono deve ser convicto e honesto, e não alguém que muda sua opinião e sua palavra de acordo com a situação no que trabalha (compare Efésios 4:11-16).
“não inclinados a muito vinho” (3:8): o diácono precisa tomar decisões no seu serviço, e quem bebe logo perde a capacidade para reto juízo (veja Provérbios 31:4-5; Isaías 28:7).
“não cobiçosos de sórdida ganância” (3:8): o trabalho do diácono talvez o coloque em contato com o dinheiro da igreja, e ele deve ser alguém que não cairia na tentação da riqueza.
“conservando o mistério da fé com a consciência limpa”(3:9): Paulo refere ao evangelho como “o mistério da fé” (veja Efésios 3:3-5. 1:9-10). O diácono deve ser alguém que tem a consciência limpa com respeito ao evangelho, ou seja, um servo fiel de acordo com a palavra de Cristo (veja 1 Coríntios 4:1-2).
“primeiramente experimentados” (3:10): o diácono deve ser aprovado antes de assumir a função, não depois.
provados em casa (3:11-12): quem vai servir na igreja (“a casa de Deus” – veja 3:5, 15) deve ser alguém que já provou seu serviço na sua própria casa. Um homem (“marido” é só homem) deve ser escolhido como diácono somente se ele é fiel à esposa e se a esposa e os filhos são fiéis a ele. Ser marido e pai é um serviço adequado para provar o caráter do homem de Deus (veja Efésios 5:22-6:4).
O bom serviço do diácono resulta em ainda mais confiança e respeito dos outros e no crescimento espiritual do diácono (3:13).
Na casa de Deus (3:14-16). A igreja, sendo a casa de Deus, deve apoiar e promover a verdade do Pai, muito como o caráter do lar manifesta o caráter do diácono. A casa de Deus nunca deve ter o foco em si mesma, mas no evangelho, o qual ensina a encarnação, justificação, pregação, e glorifcação de Cristo (3:16; veja 1 Coríntios 15:1-4).
Perguntas para mais estudo:
É possível ser um “servo” sem ser um diácono? (3:8-13; Marcos 10:42-45)
É possível ser um diácono solteiro? Ser diácono sem filhos?(3:11-12)
Qual deve ser o foco da igreja? (3:14-16)
-por Carl Ballard
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1 Timóteo 4:1-16
“Torna-te Padrão dos Fiéis”
Alguns se afastarão da fé (4:1-5). Quando o apóstolo Paulo partiu da Ásia pela última vez, ele severamente avisou os presbíteros de Éfeso sobre “lobos vorazes” e “homens falando coisas pervertidas” que se levantariam no meio deles (veja Atos 20:17, 29-30). Na sua carta enviada a Timóteo em Éfeso (veja 1:3), Paulo novamente avisa pelo Espírito que “alguns apostatarão da fé” (4:1). Este desvio da fé seria o resultado de obediência a “espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (4:1). Pessoas encantadas pelas mentiras de falsa doutrina agem contra a sua própria consciência (4:2; veja Romanos 2:14-16) e fazem coisas que os “que conhecem plenamente a verdade” jamais devem fazer (4:3-5; veja os avisos em 2 Tessalonicenses 2:9-12 e 1 João 4:1).
“Ordena e ensina estas coisas” (4:6-11). Para que as pessoas não caiam no erro, é necessário que homens fiéis como Timóteo ensinem cada vez mais “as palavras da fé e da boa doutrina” que eles mesmos praticam (4:6) e que rejeitem as “fábulas profanas” que são as tradições de homens tolos (4:7; veja 1:4). O ensinamento da verdade dará aos homens o que é necessário para a prática espiritual. Assim como é necessário o exercício físico para manter o corpo em boa forma, também é necessário exercitar a alma “na piedade” (4:7). Este exercício espiritual é mais proveitoso do que o físico, pois prepara pessoas para terem a força de lutar e se esforçar na esperança da salvação (4:9-10). Jesus morreu para salvar a todos, conforme a vontade de Deus (veja 2:3-6). Porém, a esperança desta salvação é somente para os fiéis (4:10). Muitos se desviam e perdem a salvação porque não se exercitam na prática da verdade, e assim estão fracos e facilmente enganados quando a falsa doutrina surge (veja Gálatas 1:6-7; Efésios 4:11-14; Hebreus 5:12-14; etc.).
“Torna-te padrão dos fiéis” (4:12-16). Paulo não queria que a juventude de Timóteo impedisse a sua eficácia como pregador da palavra de Deus. Afinal, o que faz de um servo de Cristo um bom ministro não é a sua idade ou formação teológica, e sim a sua fidelidade para com a palavra a ele conferida (4:12-13, 16; veja 1 Coríntios 4:1-4). O servo de Cristo precisa se dedicar diligentemente para mostrar o “padrão” da vida cristã na sua própria vida (4:12) e para exortar e ensinar a outros (4:13-15). Sem dar o esforço necessário para estudar e viver verdadeiramente a palavra do Senhor, muitos que se chamam “ministros” de Deus levam pessoas à destruição eterna (veja Mateus 15:12-14; 23:13-28). O resultado, porém, da prática e do ensino fiel da doutrina de Cristo é a salvação de todos que a obedecem (4:16).
Perguntas para mais estudo:
- Proibição de casamento e abstinência de certos alimentos realmente faz parte da doutrina de Cristo? (4:1-5)
- Quais são algumas maneiras que alguém pode se exercitar “na piedade”? (4:6-11)
- Qual a prova verdadeira de que alguém seja um ministro fiel de Cristo? (4:12-16)
-por Carl Ballard
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1 Timóteo 5:1-25
Como lidar com vários irmãos
Com os irmãos em geral (5:1-2). O jovem Timóteo precisava manter o relacionamento certo com cada membro da igreja. Ele não foi deixado em Éfeso para dominá-los, mas para exortá-los em amor (veja 1:3-5). Os membros da “casa de Deus” (veja 3:15) devem ser tratados como “pais”, “mães”, “irmãos” e “irmãs” no Senhor. Os idosos merecem respeito, e a conduta do evangelista entre os da mesma idade deve ser temperada com amor e cautela (5:1-2).
Com as viúvas (5:3-16). As viúvas entre os irmãos devem ser “honradas” (5:3). A palavra traz o duplo sentido de “respeito” e “recompensa” financeira (veja 5:4; compare Atos 6:1-2). Enquanto todas as viúvas devem receber “respeito” dos membros como “mães”, nem todas elas se qualificam para receber sustento financeiro da igreja. As seguintes regras determinam as “viúvas verdadeiras” que podem receber essa ajuda:
Não há filhos ou netos para cuidar dela (5:4, 8, 16). É necessário que os filhos tenham cuidado dos pais idosos porque isto é a vontade de Deus e evita que a igreja seja “sobrecarregada”.
Mente espiritual (5:5-6). A viúva verdadeira pensa nas coisas espirituais. O dinheiro da igreja não deve ser usado para sustentar quem vai se entregar aos prazeres da carne.
Idade suficiente (5:9, 11-15). A verdadeira viúva tem pelo menos 60 anos de idade. As mais novas devem casar e ter famílias para não cair nas tentações que vêm com uma vida sem direção.
Caráter provado (5:9-10). O caráter da viúva é provado pela sua fidelidade ao marido e pelas suas boas obras já reconhecidas entre os irmãos.
Com os presbíteros (5:17-19). Os presbíteros que “se afadigam” no seu trabalho com a palavra também merecem “dobrados honorários” pela igreja. Esta honra inclui ambos a possibilidade de um salário (5:17-18), e respeito pelo caráter dele. O trabalho do presbítero de atender pelo rebanho de Deus (veja Atos 20:28-32) o coloca como alvo dos que estão insatisfeitos. Por isso, a “honra” insiste que uma denúncia contra um presbítero seja aceita somente com testemunho incontestável (5:19).
Outros conselhos (5:20-25). Ao lidar com irmãos que “vivem no pecado”, às vezes é necessário repreendê-los publicamente como lição para todos (5:20). Tal ato é muito sério, e não deve ser feito “com parcialidade” ou “precipitadamente”, pois é possível pecar ao repreender alguém por motivos errados ou sem examinar os fatos (5:21-22). É melhor agir com paciência, pois com tempo os pecados se manifestam, assim como boas obras não permanecem escondidas (5:24-25).
Perguntas para mais estudo:
Como os membros da igreja devem ver e tratar um ao outro? (5:1-2)
É aresponsabilidade da igreja do Senhor cuidar de todas as viúvas? Quem é o primeiro responsável? Por quê? (5:3-16)
Quais são algumas maneiras que a igreja pode “honrar” um presbítero? (5:17-19)
-por Carl Ballard
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1 Timóteo 6:1-21
A Verdadeira Riqueza
Ensino para servos (6:1-2). Deus quer que trabalhemos para suprir as necessidades de nossas famílias e as de outras pessoas (veja 1 Timóteo 5:8; Efésios 4:28). Portanto, a maneira que trabalhamos mostra muito sobre a nossa relação com Deus, pois todo trabalho deve ser feito como ao Senhor, e não como aos homens (veja Efésios 6:5-8; Colossenses 3:22-25). Um trabalho mal feito por um trabalhador preguiçoso ou irresponsável que se chama de “cristão” dá oportunidade para outros falarem mal de Deus e da sua doutrina (6:1).
O bom trabalho beneficia tanto ao trabalhador quanto ao chefe. Por isso, o cristão que trabalha para outro cristão não deve trabalhar menos, esperando levar vantagem ao ser favorecido entre os outros servos. De fato, o amor exige que ele trabalhe ainda mais para que os dois possam compartilhar dos frutos do trabalho que Deus lhes concedeu (6:2).
Caráter dos falsos mestres (6:3-5). Os falsos mestres em Éfeso eram facilmente reconhecidos pela maneira que trabalhavam. Eles não procuravam um bom fruto do seu trabalho para todos, mas ensinavam o que não era da verdade, promoveram discussões em vez de entendimento, e visavam seu dinheiro como o único fim de seu trabalho.
Os perigos da riqueza (6:6-16). Muitos hoje apelam a Deus em busca de bens materiais. Porém, Paulo exorta que o cristão se contente ao ter as necessidades básicas supridas (6:8; veja Filipenses 4:10-13). A procura da riqueza traz somente tristeza e tropeços na vida de quem quer servir a Deus, pois vem de um coração enraizado no mundo e não no Senhor (6:9-10; veja Colossenses 3:1-2). De fato, o servo de Deus não deve procurar a riqueza, porque tal procura é vã e gasta tempo que deve ser usado na busca da piedade e da vida eterna (6:11-16; veja também Mateus 6:24-34).
A verdadeira riqueza (6:17-19). Mesmo sem buscar a riqueza, alguns cristãos terão muitos bens materiais. Para estes é necessário lembrar que tudo é dado por Deus, e que se deve confiar nele e não na própria riqueza, que é passageira (6:17). De fato, a riqueza verdadeira consiste na prática da vontade de Deus, usando as dádivas dele para fazer o bem a outros. Tal serviço preparará o tesouro real para a vida verdadeira após esta (6:18-19).
Exortações finais (6:20-21). Para ajudar os irmãos efésios, Timóteo precisava “guardar” a verdade do evangelho (6:20; veja 1:18-19; 3:14-15; 4:6, 11, 16). As discussões e contradições na sabedoria da palavra dos outros somente iriam desviar pessoas da fé, porém a palavra de Deus que Timóteo falava traria a graça do Senhor para todos (6:21).
Perguntas para mais estudo:
Por quê é importante a maneira em que trabalhamos? (6:1-5)
É a vontade de Deus que busquemos muitos bens materiais? (6:6-16) Qual o perigo do desejo de ficar rico? (6:9-10)
É pecado ser rico? Como deve o rico visar o que Deus o concedeu? (6:17-19).
-por Carl Ballard
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2 Timóteo 1:1-18
“Reavives o Dom de Deus”
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo falou muito do trabalho que Timóteo teria que fazer entre os efésios (veja 1 Timóteo 1:3,18; 3:14-15; 4:6,11; 5:21; 6:11-16,20). Nesta segunda carta, porém, ele focaliza mais no próprio Timóteo, exortando-o a não desfalecer no serviço do Senhor para o qual ele foi chamado (veja 2 Timóteo 1:6,8; 2:1,8; 3:14; 4:1-2). Para animá-lo, o apóstolo lembra Timóteo das seguintes coisas:
A fé verdadeira (1:1-5). A fé do apóstolo Paulo se manifesta em duas maneiras. Primeiro, ele está cumprindo seu apostolado “de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (1:1). Convencido das promessas de Deus em Cristo, ele mesmo acreditou no evangelho e agora ensina para convencer outros (veja Atos 26:13-20). Segundo, por causa da sua confiança em Deus e seu amor para seu “amado filho” (1:2), Paulo ora “noite e dia” a favor de Timóteo (1:3).
A fé de Timóteo também se manifesta verdadeira. Mesmo tendo um pai incrédulo (veja Atos 16:1), Timóteo escolheu servir a Deus, convencido pela instrução e exemplos da sua avó e sua mãe (1:5). Sua fé era tal que os irmãos de Listra e Icônio a notaram e davam bom testemunho dele (veja Atos 16:2). Até o próprio apóstolo Paulo disse: “estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento” (1:4-5).
Se Paulo não desfaleceu, mas continuava sua missão confiando em Deus mesmo dentro da prisão (veja 1:8,16), Timóteo deveria continuar seu trabalho com esta mesma confiança no seu estado livre.
“Dons” de Deus (1:6-14). Timóteo recebeu um dom espiritual pela imposição das mãos do apóstolo Paulo (veja Atos 8:18), e precisa usá-lo sem medo e de acordo com o poder, amor e moderação de Deus (1:6-7).
Além deste dom espiritual, Paulo lembra Timóteo de um outro “dom” que recebeu – o chamado na graça de Deus para sofrer junto com Paulo no ensino das “sãs palavras” que manifestam a todos a vida e imortalidade (1:8-14; veja Atos 5:40-42). Sofrer por fazer o bem é um dom de Deus que faz o servo fiel crescer (veja Hebreus 12:4-13; Tiago 1:2-4).
Exemplos dos outros (1:15-18). Mesmo quando muitos deixaram de atender a Paulo na prisão, Onesíforo se esforçou sozinho, além do que se esperava (1:15-17). Servindo Paulo, Onesíforo estava servindo Cristo (veja Mateus 25:37-40). O exemplo de Onesíforo iria encorajar Timóteo a ficar firme no seu serviço a Cristo, mesmo se estivesse sofrendo sozinho, ciente de que o galardão virá da parte do Senhor “naquele Dia” (1:18).
Perguntas para mais estudo:
Como a fé de Paulo e de Timóteo se manifestou? (1:1-5)
Como é sofrimento um dom de Deus? (1:6-14)
O que podemos aprender sobre o serviço cristão pelo exemplo de Onesíforo? (1:15-18)
-por Carl Ballard
2 Timóteo 2:1-26
O Obreiro Aprovado de Deus
Tendo encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista (veja 2 Timóteo 1:6-8,13-14), Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho, desenvolvendo as seguintes características do ministro fiel:
Mestre da palavra (2:1-2). Em sofrimento, o servo de Deus deve procurar força na graça de Deus, e não em sua própria capacidade ou sabedoria (2:1; veja Hebreus 12:28; Tito 2:11-14; 2 Coríntios 12:7-10). Assim fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para outros (2:2; veja Atos 20:32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:
- É a vontade de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo disse, “o que da minha parte ouviste…isso mesmo transmite a homens…para instruir a outros” (2:2). Deus não quer que novas gerações ensinem coisas novas (veja Gálatas 1:8).
- O que é preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloqüência ou sabedoria própria (veja 1 Coríntios 4:1-2). Quem se fortifica na graça de Deus e não no orgulho de homens ensinará apenas a palavra de Deus.
Soldado, atleta, lavrador (2:3-13). O servo do Senhor precisa ser bem treinado e disciplinado para que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado, terá que sacrificar certos confortos e seus próprios desejos para conquistar o objetivo do seu capitão. Como atleta, terá de seguir regras, sacrificando a sua liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com muita paciência, para depois receber o fruto (2:3-7).
Jesus e Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que ele dê a cada um de acordo com as suas obras (2:8-13; veja 2 Coríntios 5:9-10).
Obreiro diligente (2:14-19). Enquanto muitos no mundo religioso se enrolam com questões de doutrinas de igrejas e teologia humana, o servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra da verdade (2:15). Quem busca contendas de doutrinas e segue toda idéia nova gasta seu tempo e corrompe outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2:14,16-19; veja Marcos 12:24,27; Efésios 4:11-14).
Vaso santificado e disciplinado (2:20-26). O servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida, fugindo das coisas que não convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus (2:20-23). Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes ensinando a pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se arrepender e parar de servir o diabo (2:24-26).
Perguntas para mais estudo:
- Para ensinar a palavra de Deus, é mais importante ser teólogo ou ser fiel? (2:1-2)
- De que maneira o servo de Deus é como um soldado, atleta, e lavrador? (2:3-13)
- Qual a nossa responsabilidade perante a “palavra da verdade”? (2:14-26)
-por Carl Ballard
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2 Timóteo 3:1-17
Sobrevirão Tempos Difíceis
Ao preparar os apóstolos para pregar o evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (veja Mateus 10:16-23). Assim, Paulo também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tem-pos difíceis que certamente chegariam (3:1).
A fonte das dificuldades (3:2-9). O cristão é cidadão do céu (veja Filipenses 3:20) mas vive no mundo, um território hostil governado pelo “deus deste século” (veja João 17:14-18; 2 Coríntios 4:3-4). Timóteo teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu egoísmo e seu “amor” para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus (3:2-4).
Tais homens complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles levam sua falsidade às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem distinguir a verdade da mentira (3:5-7).
As maneiras e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado por homens que agiram assim (3:8-9; veja 2 Pedro 2:5-8; Judas 14-16).
Os piedosos serão perseguidos (3:10-13). Em forte contraste com estes homens infiéis, há o exemplo do apóstolo Paulo. Desde o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida do apóstolo, vendo a maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas sua plena confiança no Senhor o livrou do desespero (3:10-11; veja Atos 13:14-14:22). Paulo sabia que as aparências deste mundo freqüentemente enganam, pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto os ímpios parecem “prosperar” (3:12-13; veja Salmos 73; 94). Porém, a confiança do servo fiel deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.
Firmeza pela palavra (3:14-17). Mais importante ainda do que o bom exemplo de Paulo, Timóteo teve à sua disposição a coisa mais útil na luta contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de conhecer o apóstolo, Timóteo havia aprendido a confiar nas “sagradas letras” de Deus (3:14-15). A palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos. Instruindo e corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer “toda boa obra” de Deus (3:16-17). O servo fiel, inteirado e confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar com qualquer dificuldade deste mundo.
Tempos difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade, temendo mais a Deus do que aos homens (veja Mateus 10:28).
Perguntas para mais estudo:
- Por que haverá tempos difíceis para o cristão? (3:1-9)
- Deus promete ao cristão uma vida fácil e sem tribulações aqui na terra? (3:10-13)
- O que é preciso para que o homem de Deus seja “perfeitamente habilitado” para as obras do Senhor? (3:14-17)
-por Carl Ballard
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2 Timóteo 4:1-22
Prega a Palavra
Cumpre o ministério (4:1-8). Nestas cartas para Timóteo, Paulo tem enfatizado a importância da pregação da sã doutrina (veja 1 Timóteo 1:3-7, 18-20; 4:1-3; 6:3-5; 2 Timóteo 1:13; 3:1-9). Este serviço é para Deus e não para homens, pois Deus é quem julgará a todos (4:1). Portanto, observemos algumas considerações importantes do trabalho de evangelista:
- “Prega a palavra“ (4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as idéias dos homens. Somente a palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para salvação (veja 2 Timóteo 3:16-17).
- “Quer seja oportuno, quer não” (4:2): por causa da certeza do julgamento de Deus, ser pregador do evangelho da salvação é um trabalho de urgência (veja Atos 17:30-31). Portanto, o evangelista deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as condições.
- “Pois…não suportarão a sã doutrina” (4:3-5): é necessário sempre pregar a verdade do evangelho justamente porque muitos não a pregam. Alguns procuram atualizar o evangelho para que este seja mais agradável aos ouvintes. A Bíblia, porém, ensina que a palavra de Cristo julgará a todos no último dia (veja João 12:48), e que qualquer mudança trará somente a condenação (2 João 8-11).
A vida de Paulo é um exemplo notável deste trabalho. Encarando a certeza de sua morte (4:6), ele reflete com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé, exatamente como ensinou Timóteo a fazer (4:7; veja 1 Timóteo 1:18; 2 Timóteo 2:3-7; 1:13-14). Todos aqueles que amam a vinda de Cristo estarão se preparando e preparando outros, com a pregação do evangelho puro, para que possam receber o galardão de Deus (4:8).
Considerações finais (4:9-22). Paulo mostra seu desejo de ver Timóteo e diz que todos, exceto Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12). Outros abandonaram Paulo na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, Paulo chamou Demas de “cooperador” (Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são do “presente século” e não das coisas do Senhor (veja 2 Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à palavra que Paulo pregava (4:14-15). Mesmo assim, Paulo não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). Se o nosso foco for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará.
A carta termina com a tradicional troca de saudações entre irmãos fiéis (4:19-21), e com os desejos de Paulo pela graça e a presença do Senhor para com Timóteo (4:22). O amor do Senhor e dos servos fiéis deve motivar o evangelista a pregar para que outros possam se converter a Deus.
Perguntas para mais estudo:
- Por que há tanta necessidade de pregar a verdade de Deus? (4:1-5)
- Quem é que pode receber “a coroa da justiça”? (4:5-8)
- Quem ficou fiel a Paulo, mesmo quando todos o abandonaram? Qual o resultado disso? (4:9-22)
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Se o nosso foco for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará. Â