RIQUEZAS ESPIRITUAIS
ITimóteo 6.6-10
INTRODUÇÃO
Quando se fala em lucros, pensamos logo em bons investimentos. Nossa atenção se volta para o dinheiro, vendas, instituições financeiras, ouro etc. O mundo capitalista em que vivemos nos leva a pensar desse modo. Quando o assunto é dinheiro, costumamos dizer: “negócio é negócio, e amizades à parte”. Não permitimos que o “coração” interfira, ou deixe se sobrepor à razão, para não corrermos o risco de cair em prejuízo.
Sobre as riquezas terrenas, o apóstolo Paulo diz que: “0 que é que trouxemos para o mundo? Nada! E o que é que levamos do mundo? Nada!” (v. 7 – BLH). Isto significa dizer que as riquezas materiais são efêmeras, e não podem ser usadas na eternidade. Não podemos nos tomar servos do dinheiro, ou seja, viver em razão dele. Antes, devemos usá-lo para o nosso bem-estar e para o engrandecimento do Reino de Deus. Paulo afirma que somente o que usarmos para Deus nos será devolvido (em forma de galardão) no dia do julgamento das nossas obrar (veja I Coríntios 3.12,13; 15.58).
PROPOSIÇÃO: A devoção sincera, unida a uma atitude de satisfação, é de grande valor para Deus.
I- PIEDADE COM CONTENTAMENTO É GRANDE FONTE DE LUCRO.
– No versículo 5, o apóstolo condena falsos mestres de ensinar que o ministério (ou a piedade mal direcionada) é fonte de lucro material, ou que se pode tirar vantagens financeiras da vida religiosa por meio de cargos eclesiásticos. Alguns deles acreditavam, inclusive, que o enriquecimento era uma forma de afirmar que os seus ensinamentos tinham a aprovação divina. -Existem pessoas que se “convertem” por razões erradas (por exemplo: Simão o mago; veja Atos 8.18-24), e isto é uma base espiritual falsa, pois não lhes pode dar resistência nas provações (Lucas 6.46-49), razão pela qual logo se desviam do Evangelho de Cristo. Quem emprega seus “talentos” (por exemplo: conhecimento, oratória etc.) para explorar o povo de Deus (Tito 1.11), faz o trabalho condenável de Balaão (conhecido como profeta de aluguel – 2Pedro 2.15).
– Já no versículo 6, Paulo declara que o segredo da verdadeira “fonte de lucro” vem da combinação de piedade com o contentamento. O que será que ele quis dizer com isso? Que espécie de “lucro” Paulo tinha em mente?
– A palavra piedade, no grego eusebeia (“eu” + “sebomai”), significa ser um bom devoto, temor reverente a Deus decorrente do conhecimento já obtido Dele (veja 2Pedro 3.18). No latim, temos a palavra pietate, que significa amor e respeito às coisas religiosas (Dicionário Aurélio). Já o termo contentamento é autarkeia no grego, suficiência, auto-suficiência (de autos – auto – arkeo – bastar), satisfação com o que possui. Em outras palavras, Paulo quis dizer que o crente realmente dedicado a Deus, sincero em sua fé, está sempre contente, alegre com tudo que lhe sobrevêm (Romanos 8.28), porque tem em Cristo a sua fonte provedora, de suficiência total, agora e na eternidade.
– Essa “fonte de lucro” é o verdadeiro objetivo do crente espiritual, pois ele faz de Deus e do seu Reino a prioridade máxima de sua vida (veja Mateus 6.33), por conta disso, desfruta amoroso e rico cuidado divino (Filipenses 4.19). Isto não significa conformar-se com a situação vigente por causa de uma “fé cega”, mas em contar com a graça e poder de Deus para superar as circunstâncias difíceis: “…tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
II- DEVEMOS ESTAR CONTENTES COM AQUILO QUE DEUS NOS TEM DADO.
– No versículo 8, Paulo fala do estado de gratidão, de reconhecimento que devemos manifestar pela provisão diária que Deus nos concede. Em muitos casos é preciso aprender a se contentar (veja Filipenses 4.11), ou seja, precisamos estar abertos às instruções de Deus, a fim de percebermos em cada detalhe da nossa vida, os Seus atos providenciais e dar o devido valor (Salmo 37.16; Provérbios 15.16).
– O texto diz: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (v. 8). A palavra sustento no grego é diatrophe, alimento, ou os meios de subsistência (qualquer atividade rentável; veja Atos 17.3). Já o verbo vestir é skepasma no grego, vestuário, mas o termo também inclui a idéia de cobertura, abrigo. A mulher de Suném construiu … um pequeno quarto” para Eliseu (2Rs 4.8-10), Jesus, na cruz, buscou uma habitação para sua mãe (João 19.26,27). Deus quer suprir todas as nossas necessidades (alimento, roupa e casa – Hebreus 13.5).
– Seja como for, devemos estar contentes, satisfeitos, mesmo quando Deus nos supre apenas do mínimo, do básico para a nossa sobrevivência: alimento e vestes (veja Deuteronômio 10.18). As carências especiais serão supridas a seu tempo, enquanto isso devemos trabalhar e semear generosa e alegremente (ofertas: 2Coríntios 8.3) para o engrandecimento do Reino de Deus na terra.
III– O AMOR AO DINHEIRO É A RAIZ DE TODA ESPÉCIE DE MALES.
– A busca ou o desejo desassossegado (a qualquer preço) por dinheiro, bens materiais ou enriquecimento, torna o indivíduo um escravo do trabalho, um servo e não senhor do dinheiro.
– Quem faz do dinheiro o objetivo de sua vida, é um pobre miserável nas mãos do diabo (veja 2Timóteo 2.26), porque ele o tomará presunçoso, desonesto e insensível (explorador). O resultado será: “…ruína e perdição” (v. 10).
– Pelo “amor ao dinheiro” a pessoa pode trair a sua fé (como fez Judas Iscariotes), enganar o seu semelhante (veja Provérbios 11.1), vender o seu irmão (Gênesis 37.28), desobedecer a uma clara proibição divina (Josué 6.18; 7.21), manter a vida cristã relaxada (Apocalipse 3.17) etc.
A piedade aliada ao contentamento é o estado de espírito ideal ou o antídoto para o veneno da ansiedade ou do estresse. E visível o frenesi (agitação mental) da maioria das pessoas do nosso tempo, que buscam ter mais e mais, entretanto, desprezam o mais importante: ser de Deus ou Lhe ser obediente. Jesus combateu a preocupação excessiva pelo pão (veja Marcos 8.16-21) e encorajou a busca pelo pão do céu, que procede da boca de Deus (João 6.32-35). A piedade com contentamento deve nos levar a manifestar uma vida consagrada a Deus, com simplicidade e desprendimento (Lucas 9.24).
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ok
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muito bom maravilhoso