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ToggleEstudo ministrado pelo Pr Josias Moura no culto de doutrina da Igreja Missionária Betel Geisel.
1) Introdução
Os atributos divinos são as características de Deus, a soma das qualidades que definem quem Ele é. Eles refletem diversos aspectos da mesma essência divina. Quando estudamos os atributos de Deus aprendemos acerca das características do criador e podemos assim conhece-lo melhor.
2) Estudaremos dois tipos de atributos:
Os atributos incomunicáveis de Deus (isto é, os atributos que Deus não compartilha ou “comunica” a outros) e os atributos comunicáveis de Deus (os que Deus compartilha ou “comunica” a nós).
Exemplos dos atributos incomunicáveis de Deus são: eternidade (Deus existe desde toda eternidade, mas nós não), imutabilidade (Deus não muda, mas nós mudamos) ou onipresença (Deus está presente em toda parte, mas nós estamos presentes em somente um lugar.).
Exemplos dos atributos comunicáveis são: amor (Deus é amor e nós somos capazes de amar também), conhecimento (Deus tem conhecimento e nós somos capazes de ter conhecimento também), misericórdia (Deus é misericordioso é nós somos capazes de ser misericordiosos também) ou justiça (Deus é justo e nós também somos capazes de ser justos).
Essa classificação dos atributos de Deus em duas categorias principais é útil, e a maioria das pessoas tem um senso inicial de quais atributos devem ser chamados incomunicáveis e quais devem ser chamados comunicáveis. Assim, faz sentido dizer que o amor de Deus é comunicável, mas sua onipresença não é.
3) Deus compartilha conosco alguns de seus atributos, porém seus atributos não são plenamente compartilhados.
Por exemplo, a sabedoria de Deus usualmente seria chamada atributo comunicável, porque nós também podemos ser sábios. Mas nunca seremos infinitamente sábios como ele é sábio. Sua sabedoria é em algum grau compartilhada por nós, mas ela nunca é plenamente compartilhada por nós. Assim acontece com todos os outros atributos chamados normalmente “atributos comunicáveis”: Deus de fato os compartilha conosco em alguma medida, mas deve ser dito que nenhum desses atributos é completamente comunicável. É melhor dizer que esses atributos que chamamos “comunicáveis” são os mais partilhados conosco.
Isso acontece porque nós temos a imperfeição em nossas naturezas. Lutamos contra o pecado, e a presença dele em nós, nos transforma em pessoas limitadas. Deus ao contrário é perfeito.
4) Vamos então estudar inicialmente os atributos de Deus incomunicáveis de Deus. O primeiro atributo incomunicável é o da Independência de Deus.
A independência de Deus é definida do seguinte modo: Deus não precisa de nós ou do restante da criação, todavia nós e o restante da criação existimos e o servimos para o glorificar e lhe trazer alegria. Em diversos lugares a Escritura ensina que Deus não necessita de parte alguma da criação a fim de existir ou para outra razão qualquer. Deus é absolutamente independente, e nos absolutamente dependentes dEle.
Paulo proclamou aos homens de Atenas: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas” (At 17.24,25). A implicação desse texto é que Deus não precisa de nada da raça humana. Tudo depende de Deus, Ele não depende da sua criação, tudo pode acabar em um instante, Ele é eterno.
Aqui neste ponto, desejo formular uma importante pergunta feita por muitas pessoas: Se Deus não depende de nós, então porque Ele nos dá tarefas como evangelizar, ou porque Ele quer que nos comprometamos em servir ao seu reino? A resposta para esta pergunta é simples: Nós e o restante da criação, existimos para glorificar a Deus. Assim, Deus nos dá responsabilidades ou deveres para que possamos ter o privilégio de glorificar ao seu Nome. Mesmo sem depender de nós Deus determinou que nós teríamos muita importância e significado para Ele.
Veja como Deus fala de seus filhos e filhas dos fins da terra como “todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz” (Is 43.7). Embora Deus não precisasse nos criar, ele escolheu criar-nos na total expressão de sua livre escolha. Ele decidiu que nos criaria para que o glorificássemos.
5) O segundo atributo incomunicável é o da Imutabilidade de Deus
Podemos definir a imutabilidade de Deus da seguinte forma: Deus é imutável em seu ser, perfeições, propósitos e promessas, todavia Deus age e sente emoções de modo diferente em resposta às diferentes situações.
No salmo 102 encontramos uma das inúmeras bases bíblicas para o que estamos dizendo. O salmista diz: “No princípio firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas. Como roupas tu os trocarás e serão jogados fora. Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais terão fim.” (Sl 102.25-27). Deus existia antes de os céus e a terra terem sido feitos, e ele existirá muito depois que eles forem destruídos. Deus causa mudança no universo, mas, em contraste com essa mudança, ele é “o mesmo”.
Referindo-se às próprias qualidades de paciência, longanimidade e misericórdia. Deus diz: “De fato, eu, o SENHOR, não mudo. Por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos” (Ml 3.6). Aqui Deus usa a afirmação geral de sua imutabilidade para referir-se a aspectos específicos nos quais ele não muda.
Com relação aos seus propósitos o Sl. 33:11 diz: “Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações”. Deus é imutável também em suas promessas. Desde que tenha prometido alguma coisa, certamente Ele não será infiel à sua promessa: “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?” (Nm 23.19; cf ISm. 15.29). Você e eu podemos ter a segurança de que os planos do Senhor serão realizados em nossas vidas e suas promessas cumpridas.
Deus é imutável quanto a propósitos, planos e natureza, mas entenda que Ele age de maneiras diferentes frente as situações. Podemos, por exemplo, recordar de ocasiões na Escritura em que Deus disse que julgaria seu povo e, então, por causa da oração ou do arrependimento (ou por causa de ambos), Deus arrependeu-se e não trouxe juízo como havia dito que faria. Exemplos desse tipo de comportamento de Deus incluem a intervenção bem-sucedida de Moisés na oração para evitar a destruição do povo de Israel (Êx 32.9-14), o acréscimo de quinze anos à vida de Ezequias (Is 38.1-6) ou a suspensão do prometido julgamento sobre Nínive quando o povo se arrependeu (Jn 3.4,10).
Esses exemplos devem todos ser entendidos como a verdadeira expressão da atitude presente de Deus ou sua intenção com respeito à situação como ela existe naquele momento. Se a situação muda, então naturalmente a atitude ou a expressão da intenção de Deus também será diferente. Isso nos mostra que Deus responde diferentemente a diferentes situações.
O exemplo do profeta Jonas pregando a Nínive é útil aqui. Deus vê a impiedade de Nínive e envia Jonas para proclamar: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (Jn 3.4). A possibilidade de que Deus pudesse suspender o juízo se o povo se arrependesse não é explicitamente mencionada na proclamação de Jonas da forma como está registrada na Escritura, mas entendamos que o propósito de Deus em proclamar esta advertência era produzir arrependimento.
Uma vez que as pessoas se arrependessem, a situação seria diferente, e Deus respondeu diferentemente à situação mudada: “Tendo em vista o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado” (Jn 3.10). Como em muitos outros lugares da Escritura, Deus respondeu à nova situação de modo diferente, no entanto permaneceu imutável em seu ser e em seus propósitos. (De fato, se Deus não respondesse diferentemente quando as pessoas agissem diferentemente, então as ações das pessoas não fariam qualquer diferença para Deus, e ele não seria o Deus justo e misericordioso retratado pela Escritura — imutável em seus atributos de justiça e de misericórdia).
Portanto, aprendemos que Deus é imutável, mas Ele age de formas diferentes em várias situações, revelando a sua misericórdia e seu infinito amor.
Na próxima semana continuaremos estudando os atributos incomunicáveis de Deus. Veremos acerca da eternidade, onipresença e unidade de Deus. Não falte.
Pr Josias Moura de Menezes.
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Prezado Pr. Josias Moura: a paz do Senhor Jesus!
Sou o marido da missionária Cozete e com sua permissão estou copiando as mensagens do seu blog e enviando para irmãos que residem em outros municipios e estados, os quais cooperam nas igrejas congregacionais da ALIANÇA.
Fraternalmente em Cristo
Diácono Jorge Medeiros (Coopero na 1ª IEC de J. Pessoa)
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