Lição 01: Ezequiel, o Atalaia de Deus
TEXTO ÁUREO
”Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16)
VERDADE PRÁTICA
Além de guardar e cuidar, a missão do atalaia é anunciar tanto o julgamento divino como as Boas-Novas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2Rs 9.17 Atalaias são vigias colocados sobre muros e/ou torres da cidade
Terça – 2Rs 9.20 Os atalaias deviam se reportar ao rei sobre qualquer suspeita de perigo
Quarta – Is 52.7,8 Atalaias são profetas que anunciam as Boas-Novas
Quinta – Jr 6.17 Os atalaias anunciam advertências e juízos
Sexta – Ez 33.2-6 Os profetas do Antigo Testamento são descritos como atalaias de Deus
Sábado – 2Cr 20.24 O termo “atalaia” se refere à própria torre de observação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 3.16-21, 27
16 – E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo: 17 – Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte.
18 – Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
19 – Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma.
20 – Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
21 – Mas, avisando tu o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque foi avisado; e tu livraste a tua alma.
27 – Mas, quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe; porque casa rebelde são eles.
Hinos Sugeridos: 19,127, 235 Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
O livro de Ezequiel apresenta muitos pontos valorosos para a edificação da Igreja de Cristo. Dentre eles, a soberania de Deus na vida de pessoas e nações se destacam, bem como a responsabilidade humana. Esse ponto alto do livro de Ezequiel nos convida a fazer uma avaliação contínua a respeito do nosso relacionamento com Deus. Para nos auxiliar no estudo do livro do profeta Ezequiel, contaremos com a colaboração do pastor Esequias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, atual presidente ela Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, autor de diversas obras, dentre elas: Manual de Apologética Cristã, Heresias e Modismos eA Razão da Nossa Fé, todas publicadas pela CPAD.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a estrutura do livro de Ezequiel;
II) Identificar o profeta Ezequiel;
III) Explicar a expressão “atalaia”;
IV) Conscientizar a respeito da responsabilidade individual.
B) Motivação: Como Compreender um livro tão antigo e , ao mesmo tempo, complexo? O livro de Ezequiel tem correlação com o livro do Apocalipse. Nesse sentido, o nível de complexidade é parecido. Entretanto, isso não pode nos desmotivar a perseverar em seu estudo. A forma como o assunto está organizado para o estudo deste trimestre o auxiliará a compreender melhor este livro inspirado por Deus. Portanto, esta lição dá as primeiras coordenadas necessárias para você aproveitar a leitura desse grande livro: organização do livro, informações a respeito da pessoa do profeta e o tema da responsabilidade humana.
C) Sugestão de Método: Para introduzir a primeira lição, reproduza na lousa, ou no data show, a estrutura do livro de Ezequiel. Você pode fazer isso de acordo com o primeiro tópico da lição ou por meio do auxílio da Bíblia de Estudo Pentecostal.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta primeira lição nos convida a refletir a respeito da nossa
responsabilidade diante de Deus e dos homens. Como Ezequiel foi chamado para ser atalaia em Israel, em Cristo fomos chamados para ser um atalaia nestes últimos dias, anunciando a mensagem de arrependimento e salvação.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto ”Sete Características Especiais” pontua as particularidades do livro de Ezequiel que ampliam a exposição do primeiro tópico;
2) O texto “O Profeta no Antigo Testamento” traz uma ampliação a respeito da função do profeta no AT.
EBD | 4° Trimestre De 2022 | CPAD – Adultos – Tema do Trimestre: A Glória e a Justiça de Deus – A Igreja e a Convocação do Profeta Ezequiel para um Despertamento Espiritual | Escola Biblica Dominical | Lição 01: Ezequiel, o Atalaia de Deus
INTRODUÇÃO
As treze lições do presente trimestre foram selecionadas do livro do profeta Ezequiel. Por que é importante o estudo desse livro hoje? Primeiro, porque desde o primeiro capítulo até o último, ele nos leva a refletir a respeito da soberania de Deus em nossas vidas e na vida das nações. Segundo, porque o livro nos leva a uma avaliação contínua sobre o nosso relacionamento com Deus. A presente lição trata da responsabilidade dos atalaias constituídos por Deus, ontem e hoje.
PALAVRA CHAVE: ATALAIA
I – SOBRE O LIVRO DE EZEQUIEL
O Livro de Ezequiel antecipa a tradição apocalíptica das Escrituras e pode ser dividido em três partes principais: a primeira, capítulos 1-24; a segunda, capítulos 25-32; e a terceira, capítulos 33-48.
1- Primeira parte. Essas profecias foram entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém, do Templo e ocupa os primeiros 24 capítulos do livro. Nessa parte está a visão inaugural do ministério profético de Ezequiel (Ez 1.1-3) quando recebeu a visão da glória de Deus (Ez 1.26-28). Os discursos dessa primeira parte do livro são predominantemente de ameaças e juízos (Ez 7.2-4) contra a prostituição e idolatria do povo (Ez 8.15). A mensagem traz também uma série de advertências aos falsos profetas, aos reis de Judá e aos sacerdotes (Ez 7.26,27; Ez 13.2-4; 22.26,27,31).
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2- Segunda parte. Depois dos pronunciamentos de juízo contra Judá e Israel, os oráculos divinos são direcionados contra as nações vizinhas: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (Ez 25-32). Isso revela que Javé não é somente o De.us de Israel, mas também de todas as nações, soberano em todo o universo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ap 4.11).
3- Terceira parte. Começa com a notícia da queda de Jerusalém (Ez 33.21). Os oráculos dos capítulos 33 a 39 falam do retorno dos judeus de todas as partes do mundo à terra de seus antepassados, incluindo a visão do vale de ossos secos. São profecias espirituais de toda a casa de Israel (Ez 36.25-27; 37.14; Zc 12.10). As profecias dos capítulos 38 e 39 falam da invasão e derrota de Gogue e seu bando à Terra Santa. O livro de Ezequiel termina com a visão do novo templo e da redenção para Israel e toda humanidade como resposta à primeira visão (Ez 40 – 48).
SINOPSE!
O Livro de Ezequiel pode ser dividido em três partes principais: a primeira parte, capítulos 1-24; segunda, capítulos 25-32; e terceira, capítulos 33-48.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
O LIVRO DE EZEQUIEL
Ezequiel foi um profeta e sacerdote que, durante o cativeiro na Babilônia, viveu entre os exilados judeus. Ele e seus companheiros foram separados do Templo, de forma que muitas de suas profecias estão relacionadas ao Templo e a seu significado como símbolo da presença de Deus em Israel. Sua pregação abordava múltiplos assuntos e trazia um cativante repertório de imagens, onde ele descreve tanto experiências pessoais como expectativas, lendo para o futuro.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
SETE CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
”Sete características principais assinalam o livro de Ezequiel.
(1) Contém um grande número de visões surpreendentes, de parábolas arrojadas e de ações simbólicas e excêntricas, como um meio de expressão da revelação profética de Deus.
(2) Seu conteúdo é organizado e datado com cuidado: registra mais datas do que qualquer outro livro profético do AT.
(3) Duas frases características ocorrem do começo ao fim do livro: (a) ‘então saberão que eu sou o SENHOR’ (sessenta e cinco ocorrências com suas variantes).
(4) Ezequiel recebe de Deus, de modo peculiar, os nomes de ‘filho do homem’ e ‘atalaia’.
(5) Este livro registra duas grandiosas visões do templo: uma delas mostra-o profanado e à beira da destruição (8-11), e outra, purificado e perfeitamente restaurado (40-48).
(6) Mais do que qualquer outro profeta, Ezequiel recebeu ordens de Deus para identificar-se pessoalmente com a palavra profética, expressando-a através do simbolismo profético.
(7) Ezequiel salienta a responsabilidade pessoal do indivíduo e sua responsabilidade diante de Deus,, (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1171). EBD | 4° Trimestre De 2022 | CPAD – Adultos – Tema do Trimestre: A Glória e a Justiça de Deus – A Igreja e a Convocação do Profeta Ezequiel para um Despertamento Espiritual | Escola Biblica Dominical | Lição 01: Ezequiel, o Atalaia de Deus
II – SOBRE O PROFETA
As poucas informações sobre a vida pessoal de Ezequiel estão nos relatos entrelaçados nas profecias registradas no livro. Ele não é mencionado nos outros livros do Antigo Testamento.
1- Identidade. Seu nome hebraico é Y’hez’qel, ”fortalecido por Deus”, e não aparece nos relatos dos Reis e das Crônicas. O pouco que se sabe a respeito dele é o que lemos no livro que leva o seu nome, são alguns detalhes de sua vida pessoal. E esses fatos aparecem para ilustrar a situação exílica de seus compatriotas na Babilônia (Ez 12.4-7). Ele viveu entre os exilados na Babilônia (Ez 8.1; 20.1) e iniciou o seu ministério ali, no cativeiro, quando completou 30 anos de idade ”no trigésimo ano” (Ez 1.1). Não se sabe a data exata do fim do seu ministério mas, com base nos dados cronológicos apresentados no livro, sabemos que o seu ofício durou cerca de 22 anos.
2- Procedência. Ezequiel era de Jerusalém e pertencia a uma família sacerdotal, ”filho de Buzi” (Ez 1.3). Ele foi levado para a Babilônia na primeira leva de deportados em 597 a.C., quando o rei Nabucodonosor depôs Joaquim do trono de Jerusalém, levando-o para a Babilônia e pondo Zedequias, seu irmão, em seu lugar (2 Rs 24.10-17). Daniel estava também entre eles (Dn 1.3-6). Enquanto Ezequiel vivia entre os exilados e exercia o seu ministério profético entre o povo (Ez 3.11), Daniel servia na corte de Nabucodonosor (Dn 1.19-21) e Jeremias profetizava em Judá para o povo de Jerusalém (Jr 25.1; 26.1; 27.1).
SINOPSE II
O nome do profeta Ezequiel significa ”fortalecido por Deus”. Ele era de Jerusalém e pertencia a uma família de sacerdotes.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO
”O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes. […]
No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu nome para toda a nação e até para povos estranhos. O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: ‘convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos> (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica” (RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.83,84).
III – SOBRE O ATALAIA
1- Atalaia. É uma palavra feminina de origem árabe, at-tallaat, ”lugar alto”. A função do atalaia é descrita em 2 Samuel 18.24-27 e 2 Reis 9.17-20 é melhor ilustrada pela parábola de um militar posto como sentinela (Ez 33.2-6). Essas atividades são empregadas no Antigo Testamento aos profetas de maneira metafórica por causa da responsabilidade da sentinela militar e do profeta de avisar sobre o perigo.
2- ”O fim dos sete dias” (v.16). O profeta se refere à primeira visão com a qual inaugura o seu ministério profético, que ocupa todo capítulo 1: a visão da glória de Deus Ez 1-26-28). Há uma mudança brusca do gênero literário apocalíptico nessa visão de carruagem, para o estilo típico dos profetas, ”veio à palavra do Senhor…”, ao introduzir o seu chamado para ser atalaia. O fim dos sete dias deve ser o tempo que ele esperou para recuperar suas forças depois do impacto da visão da glória de Deus (Ez 1.28; 3.14).
3- A expressão ”filho do homem” (v.17a). Deus não se dirige ao profeta pelo seu nome, mas como ”filho do homem” (v.17a), em hebraico, ben’adam, aparece 93 vezes ao longo do livro e seis vezes só no capítulo 3. Nenhum outro profeta recebe esse título. Isso faz lembrar a natureza humana fragilizada e pecadora ao passo que Deus é o Senhor da glória. Somente o Senhor Jesus usava esse título se referindo a si mesmo nos quatro Evangelhos a partir de Mateus 8.20. O título vem acompanhado de artigo, pois Jesus é o Filho de Deus e, ao mesmo tempo, o Filho do homem (Rm 1.1-4). Adão é o cabeça da humanidade pecadora e Jesus é o cabeça da humanidade redimida; todos os que creem em Jesus Cristo recebem vida eterna (Rm 5.12-21).
4- O ”atalaia sobre a casa de Israel” (v.17b). Deus sabia, de antemão, que os filhos de Israel, no exílio, continuariam na sua rebelião (Ez 3.7). Assim, Ezequiel foi constituído, por Deus, atalaia para profetizar aos ”filhos de Israel” (Ez 2.3-7). Ele não esperava resultado de sua pregação (Ez 3.11), seu propósito era advertir os filhos de Israel, pois, ”hão de saber que esteve no meio deles um profeta” (Ez 2.5)
SINOPSE III
Atalaia significa ”lugar alto”: Eram a função com propósito de avisar a respeito do perigo. O profeta Ezequiel era o atalaia de Deus.
IV- SOBRE A RESPONSABILIDADE
A responsabilidade do profeta como atalaia sobre Israel se assemelha à nossa como cristão, na qualidade de mensageiro das Boas-Novas de Cristo. Seu discurso alcança justos e injustos.
1- A responsabilidade do cristão (v.18). São duas as responsabilidades principais do cristão: anunciar o Evangelho ao pecador e se cuidar para permanecer em Cristo até o fim. Se o atalaia não avisar o ímpio sobre o seu mau caminho e o perigo em que ele se encontra, certamente, o ímpio vai perecer, e o mensageiro será cobrado diante de Deus (v.18; Ez 33.8). Escreveu o apóstolo Paulo: ”E ai de mim se não anunciar o evangelho”(1Co 9.16). Também é dever do justo perseverar até o fim, porque, se ele ceder, a sua justiça não será levada em conta (v. 20; Ez 33.13) conforme ensina o Novo Testamento (Mt 24.13; Jo 17.12; 2 Pe 2.20-22).
2- A responsabilidade do ímpio (vv.19,27). Quando anunciamos o Evangelho e o pecador rejeita a salvação em Cristo, tal rejeição vai testificar contra ele mesmo naquele dia (At 18.6; 20.26,27). Deus disse a Ezequiel: “Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe” (v. 27). A expressão usada pelo Senhor Jesus: ”Quem tem ouvidos para ouvir ouça” (Mt 11.15), em passagens paralelas (M 7.16; Lc 14.35) e em Apocalipse 13.9, é uma fraseologia similar que veio de Ezequiel. Isso significa que Deus é a fonte da profecia de Ezequiel e do Evangelho que pregamos (v.27a).
3- A extensão da nossa responsabilidade (v.20). Quando o justo se desvia, precisa igualmente ser alertado. Esse mesmo princípio na fé cristã significa que temos responsabilidade diante de Deus por aquele irmão e aquela irmã que estão se esfriando na fé ou que se afastaram dos cultos, principalmente na época de isolamento social, e isso pode levá-los ao completo desvio. É dever nosso cuidar uns dos outros na igreja (1Co 12.25). A nossa preocupação não é somente com o pecador ignorante, mas também com as ovelhas que se desgarraram do rebanho (Lc 15.4-6).
SINOPSE IV
A responsabilidade do profeta como atalaia sobre Israel se as semelha a nossa como cristãos, na qualidade de mensageiro da Boas-Novas de Cristo.
CONCLUSÃO
O nosso compromisso, diante de Deus, é pregar o Evangelho e não converter as pessoas, pois quem as converte é o Espírito Santo. O Senhor mandou-nos pregar a Palavra, como Deus falou ao profeta: ”quer ouçam quer deixem de ouvir” (2.5,7); continue anunciando a mensagem! É oque devemos fazer com oração, guiados pelo Espírito Santo.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Quando foram entregues.as profecias da primeira e da segunda parte do livro? Essas profecias foram entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém e do templo e ocupa os primeiros 24 capítulos.
2- O que revelam os pronunciamentos de Javé sobre as nações vizinhas? Isso revela que Javé não é somente o Deus de Israel, mas também de todas as nações, é soberano em todo o universo (Ex 19.5; Sl 24.1; Ap 4.11).
3- Onde, na Bíblia, é descrita a função do atalaia? A função do atalaia é descrita em 2 Samuel 18.24-27 e 2 Reis 9.17-20 e mais bem ilustrada pela parábola como um militar posto como sentinela (33.2-6).
4- O que faz lembrar o título ”filho do homem”? Faz lembrar a natureza humana fragilizada e pecadora ao passo que Deus é o senhor da glória.
5- Quais as duas responsabilidades principais do atalaia cristão? Anunciar o evangelho ao pecador e se cuidar para permanecer em Cristo até o fim.
Lição 02: Vem o Fim
TEXTO ÁUREO
‘E tu ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem, sobre os quatro cantos da terra. (Ez 7.2)
VERDADE PRÁTICA
O atalaia de Deus soa o alarme do iminente perigo, anuncia que o inevitável juízo divino se aproxima.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Ez 7.24-26 O fim é uma referência à destruição de Jerusalém
Terça – 2 Rs 21.12-14 Deus anunciou a chegada do “fim” com mais de cem anos de antecedência
Quarta – Jr 27.6,7 Nabucodonosor foi constituído como o azorrague divino para açoitar Jerusalém
Quinta – Jr 26.3 O livramento de Judá e Jerusalém pode acontecer se houver arrependimento
Sexta – 2 Cr 36.14-16 A apostasia e a rebelião contra Deus resultaram na destruição da cidade e do Templo
Sábado – Gl 6.7 A nação de Judá precisava colher o que plantou
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 7.1-10
1 – Depois, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo:
2 – E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.
3 – Agora, vem o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
4 – E não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu sou o SENHOR.
5 – Assim diz o Senhor JEOVÁ: Um mal, eis que um só mal vem.
6 – Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem;
7 – vem a tua sentença, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia da turbação, e não da alegria, sobre os montes.
8 – Agora, depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e te julgarei conforme· os teus caminhos, e porei sobre ti todas as tuas abominações:
9 – E não te poupará o meu olho, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu, o SENHOR, castigo.
10 – Eis aqui o dia, eis que vem; veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba.
Hinos Sugeridos: 334, 469, 570 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A lição desta semana tem como propósito analisar o capítulo 7 do Livro de Ezequiel, que tem como base o juízo de Deus para a terra de Israel, bem como para o mundo. Aqui, a profecia de Ezequiel transborda para a dimensão global. O estudo dessa porção bíblica tem como um dos principais objetivos, avaliar o nosso relacionamento com Deus. Estamos diante de um Deus soberano que um dia pedirá contas de cada ato do ser humano. Como cristãos, estamos conscientes dessa realidade espiritual futura?
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar de modo geral a profecia do capítulo 7 de Ezequiel;
II) Enfatizar o sentido, as expressões repetidas sobre o fim e repetição da sentença;
III) Identificar o inimigo que servirá como instrumento do juízo divino.
B) Motivação: A mídia, de modo geral, nos revela uma série de fatos que mostra uma impiedade generalizada: Corrupção política; práticas violentas contra pessoas indefesas; expansão de poderes paralelos que escravizam pessoas de baixa renda nas comunidades periféricas das cidades; generalização da cultura da pornografia; naturalização do aborto etc. A Bíblia mostra que o Deus todo-poderoso não está alheio à cultura de pecado dos seres humanos. Ele não dorme.
C) Sugestão de Método: Para introduzir a primeira lição, a partir do texto da motivação, leve para a sala de aula, notícias que mostram o quanto o processo de pecado tem se aprofundado no mundo. Correlacionar esse quadro com o capítulo 7 de Ezequiel, e inicie a exposição do primeiro tópico enfatizando a iminência do fim na profecia de Ezequiel. Deixe claro que a impiedade concreta por parte dos habitantes de Israel é a razão para o juízo de Deus. E acrescenta que não será diferente nos últimos dias.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Estar consciente a respeito do juízo de Deus não significa viver com medo do juízo iminente. A vida cristã não é só juízo, mas também misericórdia, alegria e paz. Entretanto, a doutrina do juízo divino também é uma doutrina bíblica que não pode ser ignorada pelos cristãos. É preciso observar todo o conselho de Deus.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto ”A Profecia no capítulo 7” pontua aspectos do juízo divino e o correlaciona com os nossos dias; 2) O texto ”A Descrição da Destruição” enfatiza o nível de destruição segundo o juízo divino.
INTRODUÇÃO
O juízo divino descrito no discurso profético do capítulo 7 é endereçado à ”terra de Israel”, ou seja, particularmente aos seus habitantes, mas tem implicações globais. Os contemporâneos de Ezequiel na Babilônia, e até mesmo em Jerusalém, recusaram a mensagem dos profetas, principalmente de Ezequiel e Jeremias, por não acreditarem que Javé permitisse que os ímpios conquistassem a cidade e destruísse o Templo.
Palavra Chave: FIM
I – SOBRE A PROFECIA
1- Introdução (vv.1,2a). Ezequiel introduz a profecia com a fórmula usual dos profetas de Israel ”veio a palavra do Senhor a mim,, (v.1). A chancela de autoridade divina ”assim diz o Senhor Jeová” é a marca registrada dos profetas de Javé. Isso mostra que Deus é a fonte da profecia (2 Pe 1.20,21). Era uma comunicação divina inconfundível, diferentemente da natureza da atividade profética inicial, que ocorria por meio de visões. Essa fórmula verbal de revelação indicava ser a mensagem recebida de forma externa, direta e audível.
2- Extensão (v.2b). A expressão hebraica ‘adamah ysrael para ”terra de Israel” (v.2) aparece 17 vezes no livro de Ezequiel e em nenhum outro lugar do Antigo Testamento. Isso indica a ira divina sobre o povo de Israel no seu próprio território. Mas ninguém deve restringir esse castigo somente a Jerusalém, pois ele tem também um caráter cósmico, portanto, extensivo a outros lugares. Isso fica claro pelo uso da expressão escatológica ”o fim vem sobre os quatro cantos da terra” (v.2), que aparece na Bíblia para se referir a toda a terra (Is 11.12; Ap 7.1).
3- Quando? (vv.3a, 8a). O ”agora” no versículo 3 é no hebraico ‘attah ”agora”
que ressalta a iminência do fim. Esse advérbio reaparece no versículo 8 acrescido da palavra ”depressa”, assim ”depressa derramarei o meu furor sobre ti”. Essa urgência é também demonstrada pela construção gramatical do verbo hebraico ba’, ”vir”, que aparece dez vezes nesse curto trecho da profecia. Em quatro delas a ação está em andamento, pois o particípio hebraico indica uma ação contínua e ininterrupta: ”eis que um só mal vem” (v.5b); ”eis que vem” (v.6b): vem a tua sentença” (v.7a); ”Eis aqui o dia, eis que vem” (v.10).
SINOPSE I
O profeta Ezequiel anuncia a hora do acerto de contas de Judá e Jerusalém com o Deus Javé.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
A PROFECIA NO CAPÍTULO 7
Basicamente, no capítulo 7, podemos desenvolver seis aspectos da profecia de juízo contra Israel:
1) será uma destruição completa (vv.1-6);
2) Uma destruição iminente (vv.7-10);
3) uma destruição inevitável (vv.10_-15);
4) não haveria obstáculo para essa destruição (vv.16-19);
5) o templo não seria poupado (vv.20-22);
6) uma destruição universal (vv.23-27).
A Bíblia de Estudo Pentecostal traz um comentário que resume esse estado de coisa, fazendo conexão com os acontecimentos para estes últimos dias: ”O dia da ira e da destruição estava bem próximo dos israelitas. Sua rebelião contra Deus terminaria abruptamente (vv.2,3,6), quando Ele os castigasse pelas suas abominações; poucos sobreviveriam. Hoje, até parece que Deus não está atento à iniquidade e a imoralidade das nações Porém, a Bíblia nos assegura repetidas vezes que o dia do Senhor está perto (cf. Am 5.18-20), um dia de grande julgamento, que trará destruição e a ira divina sobre o mundo inteiro (ver 1 Pe 4.7,17. Assim como o dia do Senhor veio, por fim, contra Judá, assim também virá contra todos os ímpios, impuros e arrogantes deste mundo (ver 1 Ts 5.2)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1179).
II – SOBRE O FIM
1- Sentido (vv.2b, 3a, 6). A palavra ”fim” do hebraico, qéts, ”fim, destruição, ruína, morte, condenação”, ou ha-qéts, ”o fim,” trata-se de um substantivo usado em contexto de julgamento (Gn 6.13; Am 5.18-20; 8.2). Ele aparece cinco vezes nos versículos 2, 3 e 6 num discurso poético cujo objetivo é causar impacto nos leitores originais. A literatura poética bíblica se sobressai não apenas pela sua beleza, mas também pela facilidade do povo em memorizar sua mensagem.
2- Expressões repetidas sobre o fim. A repetição das expressões ”Vem o fim, o fim vem” (v.2); ”Agora, vem o fim” (v.3); ”Vem o fim, o fim vem” (v.6); ”eis que vem; veio a tua ruína” (v.10) chama a atenção de qualquer leitor. Talvez a intenção de Ezequiel, como atalaia de Israel, tenha sido causar pânico no destinatário original. Os profetas, durante séculos, vinham chamando o povo, que era conhecedor da lei de Moisés e do Pacto do Sinai, ao arrependimento. Agora, o povo estava sendo informado de que o juízo divino era real.
3- A repetição da sentença. Os versículos 4 e 9 estão repetidos. Ninguém deve se surpreender com a intensidade esse juiz anunciado de antemão, pois é compatível com a natureza divina (Na 1.3). Um dos objetivos desse juízo é a erradicação da idolatria, a causa das abominações (vv.3,4,8,9), visto que a casa de Israel recusou esse remédio pelo arrependimento (2 Cr 36.16). Todos estão sendo informados, de antemão, sobre a causa da destruição e lhes é dada a oportunidade de arrependimento. É uma reflexão relevante, também em nossos dias, porque somos seres morais e prestaremos contas a Deus pelos nossos atos (Ec 12.13,14; Gl 6.7).
SINOPSE II
O capítulo 7 traz uma série de expressões e sentenças que confirmam o sentido de destruição total no fim.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“A DESCRIÇÃO DA DESTRUIÇÃO
Quando chegar a vez do sofrimento de Judá, a destruição será completa. A última parte do versículo 10 e a primeira parte do versículo 11 foram traduzidas da seguinte forma: ‘A arrogância floresceu. A insolência brotou. A violência tomou a forma de um rebento de maldade’ (Smith-Goodspeed). Na expressão: nem haverá lamentação (11), a palavra que foi traduzida por lamentação também pode se referir àquilo que é glorioso ou bonito. A RSV traz ‘preeminência’, mas admite numa nota de rodapé que o hebraico não é claro. A passagem provavelmente significa que nada de importante ou de extraordinário será deixado em toda a terra” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.444,45).
III – SOBRE O INIMIGO
1- ”Já floresceu a vara” (v.10). Ezequiel faz uma analogia botânica, uma metáfora que se perdeu no tempo. A palavra profética anuncia: ”veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba” (Ez 7.10). O que essas palavras significam? Há diversas interpretações que não cabem neste comentário, mas dentre as três principais, a mais aceitável é a que considera essa ”vara” como o rei Nabucodonosor. Assim como o rei da Assíria foi o chicote de Deus para açoitar Samaria, os filhos de Israel do Reino do Norte (2 Rs 17.3; Is 10.5; 20.1), da mesma forma Javé usou o rei da Babilônia, Nabucodonosor como azorrague para chicotear Jerusalém, em Judá (Jr 27.8; 51.20-24).
2- ”Reverdeceu a soberba” (v.10b). O rei Nabucodonosor extrapolou os limites, foi cruel na aplicação dos castigos (2 Rs 25.7; 2 Cr 36.17; Jr 52.10,11), Deus não mandou o rei proceder dessa maneira, por isso o furor de Javé se acendeu contra a Babilônia (Jr 51.34,55,56). Essa reação divina é exemplar, pois, ainda hoje, Deus julga os poderosos que abusam da autoridade e cometem atrocidades. Às vezes, isso respinga também no próprio povo; mas o castigo definitivo é individual e na eternidade.
3- O rei Nabucodonosor. O nome ”Nabucodonosor” é de origem arcádica, antiga língua da Mesopotâmia, Nabú-kudurri-utsúr, que significa ”Nabu protegeu minha herança”. A forma que mais se aproxima do original no hebraico é Nebuchadre’tsar e aparece 30 vezes no Antigo Testamento, sendo quatro em Ezequiel (26.7; 29.18,19; 30.10). A forma alternativa é Nebuchadne’tsar (Jr 27.6,8,20; 28.3,11,14; 29.1,3); a Septuaginta e Josefa empregam a forma grega, Nabouchodonosor. Ele era filho de Nabopolassar, que reinou 21 anos na Babilônia (625-605 a.C.). Nabucodonosor reinou 43 anos (605-562 a.C.).
4- A Babilônia. O nome ”Babilônia” é também de origem arcádica, Bâb-ilí, ”portão de deus”; o Antigo Testamento hebraico usa bâbel, ”Babel”, e a Septuaginta usa a forma grega Babylôn, ”Babilônia”. O nome do país é o mesmo da sua capital. Caldeus e babilônios eram, no princípio, povos distintos. A palavra kashdu significa ”conquistadores”, era usada para identificar as diversas tribos semitas que povoavam o norte do Golfo Pérsico, no sul da Babilônia, desde os dias de Abraão (Gn 11.28,31; 15.7). Isaías fala de babilônios e caldeus referindo-se ao mesmo império (Is 13.19; 47.1,5; 48.14,20).
SINOPSE III
O versículo 10 dá uma pista a respeito da identidade do inimigo que vai causar todo o mal sobre Jerusalém: o rei Nabucodonosor.
CONCLUSÃO
Os julgamentos divinos na história mostram que o pecado jamais ficará impune e que a única maneira de escapar da condenação é através do arrependimento e da fé. Israel não tinha desculpa, não podia alegar ignorância, pois o povo dispunha de Moisés, do ensino dos antigos sábios, da revelação dos profetas e do conselho dos sacerdotes. O apelo dramático de Ezequiel é um exemplo clássico dessa verdade.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- O que indica a fórmula ”veio a palavra do Senhor a mim”? E, qual a chancela de autoridade espiritual? ”Veio a palavra do Senhor a mim” era a fórmula dos profetas de Israel. E a chancela de autoridade espiritual é “Assim diz o Senhor Jeová”
2- Por que ninguém deve se surpreender com a intensidade do juízo anunciado? Porque ele é compatível com a natureza divina (Na 1.3)
3- Quem Javé usou como chicote para açoitar Samaria e Jerusalém? Samaria: o Rei da Assíria; Jerusalém: o rei da Babilônia.
4- Por que o furor de Javé se acendeu contra a Babilônia? Porque o rei da Babilônia extrapolou os limites na aplicação dos castigos pois é compatível com a natureza divina (Na 1:3).
5- De onde vem o nome ”Babel” e qual o seu significado? Vem da língua arcádica, Bâb-ili; que significa “portão de deus”; a Septuaginta usa a forma grega Babylôn, “Babilônia”
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