TEXTO ÁUREO: “Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?” (Ester 3.3)
VERDADE PRÁTICA
Como cristãos, somos sujeitos a conflitos ético morais e devemos decidir sempre de acordo com a vontade e a orientação de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Êx 23.7; Pv 17.15 A conveniência de se comprovar a acusação para não cometer injustiças
Terça – Sl 139.16; Hb 4.13; Ap 20.12 As nossas obras estão escritas diante de Deus
Quarta – Êx 17.8-13 Hamã provavelmente era um amalequita, um povo inimigo de Israel
Quinta – 1 Sm 15.2,8,33 O termo “agagita” costumeiramente é atribuído ao rei Agague
Sexta – Gn 34.1-31 Episódios bíblicos relatam vingança de família
Sábado – Mt 5.9; Rm 12.18-21; Hb 12.14 Aos cristãos não pertence a vingança, mas o perdão e a paz
Hinos Sugeridos: 225, 304, 305 da Harpa Cristã
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 2.21-23; 3.1-6
Ester 2
21 – Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero.
22 – E veio isso ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu.
23 – E inquiriu-se o negócio, e se descobriu; e ambos foram enforcados numa forca. Isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.
Ester 3
1 – Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que estavam com ele.
2 – E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.
3 – Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?
4 – Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isso, de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu.
5 – Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor.
6 – Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A lição desta semana traz um contexto de conspiração, inveja e tramas dentro da corte persa. Nele, as figuras de Mardoqueu e Hamã se destacam. Mardoqueu descobre uma conspiração e a faz chegar ao conhecimento do rei, poupando-lhe a vida. Inexplicavelmente, Hamã aparece elevado ao cargo acima de todos os príncipes do reino. Diante desse contexto, esse capítulo tem muito a nos ensinar. Vivenciaremos contextos dominados pelas mais dramáticas tramas. Mardoqueu experimentou isso. Mas ele resistiu. Da mesma forma somos instados pela Bíblia a resistir diante de todo contexto inóspito, pois a nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12).
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Tratar a respeito da descoberta de Mardoqueu acerca de uma conspiração contra o rei;
II) Abordar a exaltação de Hamã pelo rei;
III) Relacionar a resistência de Mardoqueu com o ódio de Hamã.
B) Motivação: Mardoqueu é um personagem que revela determinação, resiliência e coragem. Tudo isso vinha de sua fé em Deus. Era aquele que fazia o certo independente das opiniões alheias. Em nossa vida cristã somos desafiados a ser determinados, resilientes e corajosos para perseverar em nossa fé.
C) Sugestão de Método: Para introduzir o primeiro tópico, sugerimos que você trace o perfil de Mardoqueu. Por exemplo, a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal traz os pontos fortes de Mardoqueu:
1) Denunciou uma conspiração de assassinato contra o rei;
2) Atenção suficiente para adotar sua prima;
3) Recusa de curvar-se diante de qualquer pessoa, exceto Deus;
4) Ocupou o lugar de Hamã como segunda pessoa no comando do reino de Assuero.
Explique que esse perfil nos estimula a aproveitar as oportunidades de Deus para fazer o que é correto, confiar que Ele está tecendo os acontecimentos de nossa vida, que vale a pena perseverar nas atitudes corretas. A vida de Mardoqueu é um exemplo para a nossa perseverança em Cristo.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Mardoqueu não se curvou diante de Hamã que exigia poder, prestígio e posição. Da mesma forma, devemos prestar adoração somente a Deus, e jamais nos curvar a qualquer ideia, pensamento ou ideologia que se rebele contra o Deus dos céus.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Mardoqueu”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda mais o estudo sobre Mardoqueu;
2) O texto “Por que Hamã queria destruir todos os judeus se apenas um homem o tinha desafiado?”, ao final do terceiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito do ódio de Hamã sobre os judeus.
INTRODUÇÃO
A ascensão de Ester ao trono foi celebrada com grande festa. Assuero decretou feriado e se mostrou muito generoso, distribuindo presentes aos seus súditos. Mesmo na condição de rainha, Ester permaneceu obedecendo a Mardoqueu: não revelou a ninguém que era judia. Havia muito o que acontecer na corte. Conspiração, inveja e tramas. A história continua.
PALAVRA-CHAVE: RESISTÊNCIA
I- MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI
A história de Mardoqueu e sua descoberta de uma conspiração contra o rei Assuero revela lições profundas sobre fidelidade, prudência e a soberania de Deus. No coração da narrativa, vemos como Deus usa situações aparentemente ordinárias para realizar Seus propósitos extraordinários. Mardoqueu, um judeu exilado que trabalhava junto à porta do palácio, descobre um plano de assassinato tramado por dois eunucos do rei, Bigtã e Teres. Sua decisão de informar Ester, que por sua vez alerta o rei, demonstra não apenas lealdade ao soberano terreno, mas também confiança no plano divino.
A atitude de Mardoqueu reflete a sabedoria prática encontrada em Provérbios 17:15 e Êxodo 23:7, que nos alertam contra a injustiça e a precipitação em julgamentos. Ele não apenas ouviu a trama, mas buscou confirmá-la antes de agir. Este cuidado é um exemplo claro de prudência e responsabilidade cristã. Da mesma forma, o rei Assuero agiu sabiamente ao investigar a denúncia antes de tomar qualquer decisão. Esse episódio nos ensina que líderes devem ser cautelosos e justos ao lidar com acusações, evitando decisões precipitadas baseadas em rumores.
Ester desempenha um papel crucial na história. Apesar de sua posição elevada como rainha, ela permanece humilde e fiel às orientações de Mardoqueu. Sua postura ética e sua disposição em dar crédito a quem era devido mostram um caráter moldado por valores sólidos. Como cristãos, somos chamados a agir com integridade mesmo quando estamos em posições de destaque, lembrando que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6).
O registro do ato de fidelidade de Mardoqueu nas crônicas do rei (Ester 6:1) aponta para uma verdade maior: Deus vê e registra todas as nossas ações (Salmo 139:16; Hebreus 4:13). Mesmo quando nossos esforços parecem esquecidos ou ignorados pelos homens, eles estão diante do Senhor. Essa perspectiva nos encoraja a viver para agradar a Deus acima de tudo.
A história também pode ser comparada à luta espiritual descrita em Efésios 6:12. Assim como Mardoqueu enfrentou intrigas humanas que tinham raízes em motivações malignas, nós também enfrentamos batalhas contra forças espirituais que tentam nos desviar da fidelidade a Deus. Martinho Lutero afirmou que “o diabo é melhor teólogo do que qualquer um de nós, mas continua sendo diabo”, destacando como ele usa artimanhas para nos enganar. A vigilância espiritual é essencial para resistirmos às tentações e permanecermos firmes na verdade.
Em termos práticos, essa passagem nos desafia a sermos pessoas confiáveis e prudentes em nossas relações interpessoais e profissionais. Devemos evitar fofocas e intrigas, buscando sempre a verdade antes de tomar qualquer atitude. Além disso, somos chamados a agir com humildade e integridade em todas as circunstâncias, sabendo que nosso caráter reflete nossa fé em Deus.
Que possamos aprender com Mardoqueu e Ester a importância da fidelidade, da prudência e da humildade. Que nossas ações sejam guiadas pela justiça divina e pela confiança de que Deus está no controle de todas as coisas. Ao final, lembremo-nos das palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58).
SINÓPSE I
Mardoqueu demonstrou um ato de fidelidade ao rei ao descobrir uma conspiração contra a coroa.
AMPLIANDO CONHECIMENTO
“Hamã, o primeiro ministro da Pérsia, é a primeira figura política na Bíblia a idealizar um plano sinistro para, em sua esfera de influência e autoridade, exterminar os judeus. Este plano de genocídio (isto é, um esforço sistemático de matar todas as pessoas de um grupo étnico, nacional ou religioso) contra a raça dos judeus se compara ao plano de Antíoco Epifânio, no século II a.C. (veja Dn 11.28, nota), aos perversos planos de Adolf Hitler […].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a A Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, pp.838-39.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
MARDOQUEU
Após o último levante de Jerusalém contra o domínio de Nabucodonosor, a família de Mardoqueu foi deportada para a Babilônia. Ele provavelmente nasceu em Susã, cidade que se tornou uma das capitais do Império Persa após Ciro ter conquistado a Babilônia. Também herdou uma posição oficial entre os judeus cativos, que o manteve no palácio mesmo após a expulsão dos babilônios. Certa feita, ficou sabendo de uma conspiração para assassinar o rei Assuero, contou a trama a Ester e salvou a vida do monarca.
A vida de Mardoqueu foi repleta de desafios, os quais ele transformou em oportunidades. Quando os pais de Ester morreram, ela foi adotada por seu primo Mardoqueu. Os próprios pais dele provavelmente haviam sido mortos e ele sentiu-se responsável por ela. Mais tarde, quando foi recrutada para o harém de Assuero e escolhida rainha, Mardoqueu continuou a aconselhá-la. Logo depois disso, ele se pôs em conflito com o segundo no comando do império, Hamã. Embora disposto a servir o rei, Mardoqueu se recusou a curvar-se e reverenciar o representante do rei. Hamã ficou furioso. Por isso, ele planejou matar Mardoqueu e todos os judeus. Seu plano se tornou lei para os medos e os persas, e parecia que os judeus estavam irremediavelmente condenados. […] A grande honraria que o rei proporcionou a Mardoqueu arruinou o plano de Hamã de pendurá-lo na forca. Deus havia preparado uma eficiente estratégia contra a qual o plano de Hamã não poderia prevalecer” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD)
II- HAMÃ É EXALTADO PELO REI
A narrativa da exaltação de Hamã no livro de Ester nos apresenta um contraste marcante entre a aparente prosperidade dos ímpios e a fidelidade silenciosa dos justos. Hamã, identificado como agagita, possivelmente descendente do rei amalequita Agague, surge na história com grande poder e riqueza, sendo elevado pelo rei Assuero acima de todos os príncipes do reino. Sua origem como amalequita remonta a um povo que foi inimigo histórico de Israel, conforme registrado em Êxodo 17:8-13 e 1 Samuel 15:2-33. Essa ascendência carrega consigo uma tensão espiritual e histórica que permeia os eventos subsequentes.
Enquanto Hamã desfrutava de prestígio e honras, Mardoqueu, que havia salvado a vida do rei ao revelar uma conspiração, continuava em sua posição modesta, aparentemente esquecido. Esse contraste nos lembra do Salmo 73, onde Asafe reflete sobre a prosperidade dos ímpios e as dificuldades dos justos. Assim como Asafe quase se desviou ao observar as vantagens daqueles que desconsideram a Deus, nós também podemos enfrentar crises espirituais ao nos fixarmos nas injustiças aparentes deste mundo. Contudo, o exemplo de Mardoqueu nos ensina a perseverar com sabedoria e paciência, confiando que Deus age no tempo certo.
A exaltação de Hamã também nos alerta para os perigos da ambição desmedida e do orgulho. Ele exigia reverência absoluta de todos os servos do rei, mas Mardoqueu recusou-se a curvar-se diante dele. Essa atitude não era apenas uma questão de resistência pessoal, mas um ato de fidelidade a Deus, que proíbe Seus servos de prestarem adoração ou honra indevida a qualquer homem (Êxodo 20:3-5). A postura de Mardoqueu ecoa o exemplo dos amigos de Daniel na Babilônia, que se recusaram a adorar a estátua erguida por Nabucodonosor (Daniel 3:16-18). Ambos os casos mostram que a lealdade ao Senhor deve estar acima das pressões sociais ou políticas.
A perseverança dos santos é a obra contínua de Deus em nossa vida, sustentando-nos para que não caiamos em incredulidade” (John Piper). Essa afirmação reflete a essência da fé verdadeira, que permanece firme mesmo diante das adversidades. A história de Hamã e Mardoqueu ilustra essa verdade ao mostrar como Deus trabalha nos bastidores para reverter situações aparentemente irreversíveis. Enquanto Hamã foi exaltado temporariamente, sua arrogância e ódio o conduziram à ruína final. Por outro lado, Mardoqueu, que perseverou com humildade e fidelidade, foi honrado no tempo oportuno. Essa narrativa nos lembra que a graça divina sustenta os justos, mesmo quando enfrentam injustiças ou perseguições, revelando que o plano soberano de Deus sempre prevalece.
Para nossa vida prática, essa passagem nos ensina a lidar com frustrações e expectativas não atendidas. Quando colocamos nossa confiança em posições ou recompensas humanas, estamos sujeitos à desilusão. A Bíblia nos exorta a contentar-nos com o que temos (Hebreus 13:5) e a não ambicionar coisas altas (Romanos 12:16). Assim como Mardoqueu continuou fiel em sua posição humilde sem se abalar emocionalmente, devemos aprender a confiar no plano soberano de Deus para nossas vidas.
Por fim, essa história nos desafia a refletir sobre o orgulho e suas consequências. Devemos evitar atitudes semelhantes às de Hamã, buscando sempre a humildade diante de Deus e dos homens. Que possamos lembrar das palavras de Tiago 4:10: “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.” A verdadeira exaltação vem do Senhor no tempo certo; cabe a nós permanecermos fiéis e confiantes em Sua justiça perfeita.
SINÓPSE II
Enquanto Mardoqueu foi aparentemente esquecido, o rei honrou Hamã, elevando-o ao posto mais alto da corte.
III – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ
A narrativa da resistência de Mardoqueu diante da ordem do rei Assuero para que todos se curvassem a Hamã é um exemplo poderoso de fidelidade a Deus e coragem moral. Mardoqueu, ao recusar-se a inclinar-se ou prostrar-se diante de Hamã, não apenas desafiou uma norma social e política, mas também reafirmou sua lealdade ao Senhor como a única autoridade digna de adoração. Essa postura ecoa a atitude dos amigos de Daniel na Babilônia, que se recusaram a adorar a estátua de ouro erguida por Nabucodonosor, preferindo enfrentar a fornalha ardente a desobedecer a Deus (Daniel 3:16-18). Em ambos os casos, vemos exemplos de fé que transcendem as circunstâncias e demonstram uma confiança inabalável no poder e na justiça divina.
O texto bíblico sugere que o motivo da resistência de Mardoqueu era profundamente enraizado em sua identidade como judeu. Ele declarou sua origem aos servos do rei que o questionaram repetidamente sobre sua desobediência, e essa informação chegou a Hamã. O ódio do agagita não se limitou a Mardoqueu; ele decidiu destruir todos os judeus no reino de Assuero. Essa reação desproporcional revela não apenas o orgulho ferido de Hamã, mas também uma possível inimizade intergeracional. Flávio Josefo sugere que Hamã era descendente de Agague, o rei dos amalequitas morto por Samuel (1 Samuel 15:32-33), um povo historicamente inimigo de Israel desde os tempos do Êxodo (Êxodo 17:8-16). Essa conexão histórica pode ter alimentado o ódio visceral de Hamã contra os judeus.
Além disso, o episódio nos lembra das consequências devastadoras das inimizades cultivadas ao longo das gerações. A Bíblia relata outros exemplos de vingança familiar, como o caso dos filhos de Jacó que mataram os siquemitas em retaliação ao ultraje feito à sua irmã Diná (Gênesis 34:1-31). Na história secular e até mesmo em nosso contexto contemporâneo, vemos como disputas econômicas ou ofensas morais podem perpetuar ciclos de violência entre famílias e comunidades. Esses conflitos revelam a natureza pecaminosa do coração humano e a necessidade urgente do perdão e da reconciliação. Jesus nos chama a sermos pacificadores e a vivermos em paz com todos, sempre que possível (Mateus 5:9; Romanos 12:18-21; Hebreus 12:14).
A resistência de Mardoqueu também nos desafia a refletir sobre nossa própria postura diante das pressões culturais e sociais que conflitam com nossa fé. Assim como ele permaneceu firme em sua convicção, somos chamados a resistir às tentações de comprometer nossos valores para agradar aos homens ou evitar conflitos. Como afirmou N. Eldon Tanner: “Que a integridade de nossa alma ostente uma placa com a seguinte inscrição em letras grandes: ‘NÃO ESTÁ À VENDA POR PREÇO ALGUM’.” Essa declaração nos inspira a manter uma firmeza inabalável em nossas convicções morais e espirituais, lembrando que nossa lealdade deve ser primeiramente ao Senhor, independentemente das consequências.
Em termos práticos, essa história nos ensina sobre o perigo do orgulho e da vingança. Hamã é um exemplo claro de como essas atitudes podem levar à destruição pessoal e ao sofrimento alheio. Devemos guardar nosso coração contra esses sentimentos, lembrando que “a vingança pertence ao Senhor” (Romanos 12:19). Além disso, somos encorajados a perdoar aqueles que nos ofendem e buscar reconciliação sempre que possível.
Que possamos aprender com Mardoqueu a importância da fidelidade inabalável a Deus e com Hamã os perigos do orgulho desmedido e do ódio alimentado. Que nossas vidas reflitam o caráter de Cristo, promovendo paz e reconciliação em um mundo marcado por divisões. Por fim, lembremo-nos das palavras do apóstolo Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21).
SINOPSE III
Enquanto Hamã era reverenciado por todos, Mardoqueu o resistia.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“POR QUE HAMÃ QUERIA DESTRUIR TODOS OS JUDEUS SE APENAS UM HOMEM O TINHA DESAFIADO?
1) Hamã era agagita (3.1), um descendente de Agague, rei dos amalequitas (1 Sm 15.20). Os amalequitas eram antigos inimigos dos israelitas (leia Êx 17.16; Dt 25.17-19). O ódio de Hamã estava direcionado não só a Mardoqueu como também a todos os judeus.
2) Como segundo no comando do Império Persa (3.1), Hamã adorava seu poder e autoridade e a reverência a ele demonstrada. No entanto, os judeus viam a Deus como sua autoridade máxima e não a um homem. Hamã percebeu que a única forma de satisfazer seus anseios egoístas era matar a todos os que negassem sua autoridade. Sua busca de poder pessoal e seu ódio pela raça judaica o consumia.
Hamã adorava o poder e o prestígio da sua posição, e ficou enfurecido quando Mardoqueu não respondeu com a reverência requerida. A fúria de Hamã não era apenas contra Mardoqueu, mas contra o que ele defendia — a dedicação dos judeus a Deus como única autoridade digna de reverência. A atitude de Hamã foi preconceituosa: Ele odiava um grupo de pessoas por terem um credo ou cultura diferente. O preconceito é proveniente do orgulho pessoal — considerar-se melhor do que as outras pessoas. Ao final, Hamã foi punido por sua atitude arrogante (7.9,10). Deus julgará duramente os preconceituosos e aqueles cujo orgulho os leve a menosprezar as pessoas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.690).
CONCLUSÃO
Uma das aplicações práticas da inteligência espiritual é não nos deixar iludir com a natureza humana (Cl 1.9; Jr 17.5). Embora não devamos viver desconfiando de tudo e de todos, também não podemos deixar de ser prudentes e ignorar a malignidade do coração humano (Mt 10.16; 15.19). O Maligno pode suscitar ódio contra nós de onde menos esperamos. Mardoqueu experimentou isso. Precisamos estar atentos e revestidos de toda a armadura de Deus para que possamos resistir e vencer o mal. Nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12).
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Que virtude ética Ester revelou no episódio de informar ao rei acerca da conspiração?
O fato de ter sido promovida a uma posição elevada não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome.
2- O que aprendemos com Assuero a respeito de como tratar uma acusação?
O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato. Não exerceu o poder de forma precipitada.
3- Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, por qual razão Mardoqueu não se prostrava perante Hamã?
Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a Deus.
4- O que pode ter movido Hamã a desejar a morte de todos os judeus?
Além de sentir-se ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33).
5- O que são inimizades intergeracionais?
São conflitos, alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações.
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