Semana 02 – Série – As bençãos da justificação para a vida do Cristão: O Julgamento Justo de Deus – Romanos 2
Introdução
O julgamento de Deus é um tema recorrente na Bíblia, que revela o caráter santo e justo de Deus, que não tolera o pecado e exige a prestação de contas de todos os seres humanos. Mas como Deus julga as pessoas? Ele usa algum critério ou padrão para avaliar as suas ações e intenções? Ele faz distinção entre judeus e gentios, entre os que têm a lei e os que não têm? Ele leva em conta a circuncisão, o batismo ou outros rituais externos?
Essas são algumas das perguntas que Paulo responde na carta aos Romanos, capítulo 2, onde ele nos ensina sobre o julgamento imparcial de Deus. Neste texto, veremos três aspectos desse julgamento: a lei e a consciência, a circuncisão do coração e o evangelho de Jesus Cristo.
Seção 1: O julgamento imparcial de Deus (versículos 1-11)
Nesta seção, Paulo nos ensina sobre o julgamento imparcial de Deus, que não se baseia em aparências, mas na verdade. Ele nos mostra que todos somos pecadores e precisamos da graça de Deus para sermos salvos. Ele nos alerta para não sermos orgulhosos ou hipócritas, mas humildes e sinceros. Ele nos explica que Deus recompensa ou pune as pessoas de acordo com suas obras e seu coração, e que isso vale para todos, judeus e gentios. Ele nos convida a buscar a glória, a honra e a imortalidade que Deus oferece aos que fazem o bem, e a evitar a ira e a indignação que Deus reserva aos que praticam o mal. Ele nos lembra que Deus não faz acepção de pessoas, mas julga cada um segundo o seu evangelho.
Vejamos algumas aplicações práticas:
- Reconhecer que somos pecadores e que dependemos da graça de Deus para sermos salvos, não confiando em nossas próprias obras ou méritos (Romanos 3:23-24).
- Buscar viver de forma humilde e sincera, sem julgar os outros com orgulho ou hipocrisia, mas examinando a nós mesmos (Mateus 7:1-5).
- Praticar o bem e evitar o mal, sabendo que Deus nos recompensará ou punirá de acordo com as nossas obras e o nosso coração, seja nesta vida ou na eternidade (Gálatas 6:7-10).
Seção 2: A lei e a consciência (versículos 12-16)
Nesta seção, Paulo explica que tanto judeus quanto gentios são igualmente responsáveis diante do julgamento justo de Deus. Ele destaca que os judeus possuem a vantagem de terem a lei de Deus revelada nas Escrituras, o que os torna responsáveis por obedecê-la. Já os gentios, mesmo não tendo a lei escrita, têm a obra da lei gravada em seus corações e são guiados pela consciência.
O apóstolo enfatiza que a consciência tem um papel fundamental, servindo como testemunha da lei de Deus inscrita no íntimo do ser humano. Ela ora acusa, ora defende, conforme as obras praticadas. Mesmo sem conhecer os mandamentos divinos, os gentios demonstram ter uma consciência que os guia quanto ao bem e ao mal.
Dessa forma, Paulo estabelece que tanto judeus quanto gentios serão julgados por Deus de acordo com a luz que receberam – a lei escrita para os judeus e a lei não escrita da consciência para os gentios. Ambos são responsáveis perante o justo tribunal divino.
Algumas aplicações práticas da lei e da consciência são:
- Respeitar a diversidade existente no meio cristão, reconhecendo que existem diferentes formas de expressar sua fé em cada cultura, sem impor a nossa visão como superior ou única (Romanos 2:14-15).
- Buscar conhecer e obedecer a vontade de Deus revelada nas Escrituras, aproveitando a vantagem de ter acesso à sua palavra, sem negligenciá-la ou distorcê-la (Romanos 2:17-18).
- Examinar a nossa consciência regularmente, confessando os nossos pecados e buscando o perdão e a santificação de Deus, sem endurecer o nosso coração ou justificar as nossas falhas (Romanos 2:5-6).
Seção 3: A hipocrisia religiosa (versículos 17-29)
Nesta seção, Paulo confronta os judeus que se vangloriavam de ter a lei de Deus, mas não a cumpriam. Ele mostra que eles eram culpados de ensinar aos outros o que eles mesmos não praticavam. Eles se consideravam guias dos cegos, luz para os que estão em trevas, instrutores dos ignorantes, mestres das crianças, mas não viviam de acordo com o conhecimento que possuíam. Eles desonravam a Deus com suas atitudes e davam motivo para os gentios blasfemarem do nome de Deus.
Paulo afirma que a circuncisão física, que era o sinal da aliança entre Deus e os judeus, não tinha valor algum se não fosse acompanhada da obediência à lei. Ele diz que o verdadeiro judeu não é o que é apenas exteriormente, mas o que é interiormente. A verdadeira circuncisão é a do coração, feita pelo Espírito de Deus, e não pela letra da lei. Essa circuncisão do coração é a que agrada a Deus e recebe o seu louvor.
Paulo ensina que a religião exterior, baseada em rituais e tradições, não é suficiente para agradar a Deus. Ele mostra que Deus procura pessoas que o amam de todo o coração e que obedecem aos seus mandamentos por amor e não por obrigação. Ele revela que Deus quer transformar o nosso interior, renovando a nossa mente e mudando os nossos desejos. Ele nos convida a experimentar a circuncisão do coração, que é fruto da fé em Jesus Cristo e da obra do Espírito Santo em nós.
Vejamos algumas aplicações práticas:
- Reconhecer que a nossa identidade como cristãos não depende de rituais externos, mas de uma mudança interna operada pelo Espírito Santo em nosso coração (Romanos 2:28-29).
- Buscar viver de forma coerente com o que cremos e ensinamos, sem sermos hipócritas ou contraditórios, mas dando bom testemunho diante de Deus e dos homens (Romanos 2:21-24).
- Amar a Deus de todo o coração e obedecer aos seus mandamentos por gratidão e devoção, não por formalismo ou legalismo, mas pela fé em Jesus Cristo (Deuteronômio 30:6).
Conclusão:
Aprendemos que Deus é justo em seu julgamento e leva em consideração não apenas nossas ações externas, mas também nossos corações e motivações. Não devemos julgar os outros de forma hipócrita, pois também seremos avaliados por Deus. Devemos viver de acordo com o que acreditamos, tanto obedecendo à lei escrita quanto seguindo a voz de nossa consciência. Somente uma fé genuína, que transforma nosso coração, nos torna verdadeiramente justos diante de Deus. Que possamos aplicar essas lições em nossa vida diária, buscando agradar a Deus em tudo o que fazemos.