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AULA 01: A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA BÍBLICA

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Aula ministrada pelo Pr Josias Moura na disciplina de Teologia Bíblica no Instituto Bíblico Betel Brasileiro

AULA 01: A IMPORTÂNCIA

DA TEOLOGIA BÍBLICA

1) Introdução

clip_image002Quando alguém ouve falar de Teologia Bíblica nem sempre fica claro a que exatamente essa expressão se refere.

Alguns entendem que a expressão diz respeito à teologia de acordo com a Bíblia, em oposição a uma teologia herética.

Outros imaginam que a referência é a uma teologia que está baseada nas Escrituras. Nenhuma dessas sugestões é correta.

A Teologia Bíblica define-se basicamente a partir de sua distinção em relação à Teologia Sistemática e à História das Religiões.

A proposta fundamental da Teologia Bíblica é construir uma teologia a partir das Escrituras, de modo indutivo, sem depender das categorias definidas pela Sistemática ou pela Dogmática.

Para uma descrição mais objetiva dessa distinção vale a pena esboçar o seguinte quadro:

ABORDAGEM

     </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3"><b>Fonte dos Dados</b><b></b></font></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3"><b>Metodologia</b><b></b></font></p>         </td>       </tr>        <tr>         <td valign="top" width="172">           <p><b><font size="3">Teologia Bíblica</font></b></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Cânon das Escrituras</font></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Exegética e Teológica</font></p>            <p><font size="3">Organização: Conceitual, Tópica e Histórica.</font></p>         </td>       </tr>        <tr>         <td valign="top" width="172">           <p><b><font size="3">Teologia Sistemática</font></b></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Escrituras Sagradas, Tradição Histórica, Razão (filosofia) e Experiência Humana.</font></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Teológica</font></p>            <p><font size="3">e Filosófica.</font></p>            <p><font size="3">Organização sistemática e lógica.</font></p>         </td>       </tr>        <tr>         <td valign="top" width="172">           <p><b><font size="3">História da Religião</font></b></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Escrituras, documentos de outras religiões, literatura e arqueologia.</font></p>         </td>          <td valign="top" width="172">           <p><font size="3">Fenomenológica</font></p>            <p><font size="3">e Histórica:</font></p>            <p><font size="3">Organização: Cronológica e Genética.</font></p>         </td>       </tr>     </tbody></table> </p>  <p align="justify"><font size="3">Como podemos observar, a Teologia Bíblica parte unicamente das Escrituras e procura prescindir da filosofia e da teologia sistemática, organizando os dados bíblicos a partir da lógica interna do pensamento bíblico. </font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>É essencialmente descritiva,</b> mas pode também tornar-se normativa quando pergunta qual o valor do texto bíblico para o intérprete de hoje. </font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Um exemplo prático da diferença de abordagem entre as duas</b> pode ser percebido no campo da escatologia. Enquanto a teologia bíblica discute as tensões bíblicas entre o “já” e o “ainda não” do Reino de Deus (escatologia realizada e escatologia futura), a teologia sistemática evangélica volta-se para divisões como pré-milenismo, pós-milenismo, amilenismo, pré-tribulacionismo, etc.</font></p>  <p align="justify">&#160;</p>  <h3 align="justify"><font size="3">2) Resumo Histórico</font></h3>  <p align="justify"><font size="3"><b>As raízes da teologia bíblica estão na Reforma Protestante.</b> O ponto de partida protestante <i>Sola Scriptura</i> lançou a semente para uma teologia exegética, buscando livrar-se da Dogmática Eclesiástica. </font></p>  <p align="justify"><b><font size="3">Os comentários de Calvino são os primeiros exemplos de uma exegese bíblica histórico-gramatical, que estabelecia os primórdios da futura teologia bíblica.</font></b></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Todavia, a maioria dos estudiosos define o início do moderno estudo da teologia bíblica, ou mais especificamente, da teologia bíblica do Antigo Testamento, a partir da palestra inaugural do professor Johann Philipp Gabler na Universidade de Altdorf em 1787</b>. Antes de Gabler não havia uma distinção entre teologia dogmática e teologia bíblica.&#160; Não havia separação entre teologia do Novo Testamento e teologia do Antigo Testamento. Gabler defendia essas distinções. </font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Mesmo que nunca tenha escrito uma teologia do Antigo Testamento, foi o professor Gabler quem estabeleceu os princípios básicos e o método pelos quais seria possível escrever uma teologia bíblica do Antigo Testamento.</b> A base do estudioso alemão era racionalista, e foi sobre tais fundamentos é que surgem os primórdios da teologia bíblica. Apesar dessa influência filosófica da época, muito clara em estudiosos como G. L. Bauer, de Wette e F. C. Baur, alguns estudiosos adotaram uma linha mais evangélica e menos racionalista. Entre eles devem ser mencionados E. W. Hengstenberg, F. Delitzsch e G. F. Oehler.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Entre 1880 e 1930 a incipiente teologia bíblica perdeu espaço para os estudos da história da religião.</b> As novas tendências filosóficas, aliadas à curiosidade européia para com os costumes e idéias religiosas de outros povos fomentou uma interpretação da fé bíblica dentro de um contexto religioso universal. A fé de Israel e do cristianismo deveriam ser vistas sob parâmetros evolucionários e à luz da comparação com as outras religiões conhecidas.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Somente depois da década de 30 do século XX foi que ressurgiu o interesse pela teologia bíblica.</b> Tal efervescência perdura até os anos 70. Muitos nomes de peso surgem tanto no campo do Antigo como do Novo Testamento. Nomes como O. Eissfeldt, W. Eichrodt, G. von Rad, B. Childs, C. Westermann, W. C. Kaiser, S. Terrien, W. Brueggmann, R. Bultmann, H. Conzelmann, E. Käsemann, H. J. Kraus, K. H. Schelkle, J. Jeremias, G. E. Ladd e D. Guthrie tornaram-se marcas na teologia bíblica principalmente durantes as décadas de 30 a 70. Além disso, muito da teologia contemporânea interagiu bastante com o pensamento bíblico e estabeleceu modelos sistemáticos de teologia menos presos a categorias filosóficas clássicas. Aqui merecem destaque especial os nomes de K. Barth, W. Pannenberg e Oscar Cullmann. Nas últimas décadas a teologia bíblica continua viva, mas tem enfrentado dificuldades e alguns até crêem que esteja em grande crise. Para entendermos melhor seus caminhos, é preciso destacar suas principais tarefas.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"></font></p>  <h3 align="justify"><font size="3">3) A Tarefa da Teologia Bíblica</font></h3>  <p align="justify"><font size="3">Conforme já foi sugerido, <b>a tarefa da teologia bíblica é construir uma teologia a partir do texto bíblico, edificando uma espécie de “macro-exegese”, procurando metodologicamente isentar-se de leituras confessionais e filosóficas <i>a priori</i>. </b></font></p>  <p align="justify"><font size="3">Todavia, uma teologia bíblica séria deverá enfrentar algumas questões importantes das quais não poderá omitir-se:</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>1. Teologia descritiva ou normativa. </b>Qual é o papel de uma teologia bíblica? Procurar detectar os conceitos teológicos dos autores bíblicos, ou deve ela também definir normas ético-religiosas a partir da experiência histórica e teológica da comunidade da fé? Será que um aspecto exclui o outro? É possível manter a tensão entre as duas ênfases?</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>2. A Relação entre os testamentos</b>. Pode existir uma teologia do AT, independente do Novo Testamento? Será que a teologia do AT é uma disciplina exclusivamente cristã? Existirá uma teologia do AT judaica? Que tipo de relação existe entre os dois testamentos? Continuidade ou Descontinuidade? Como trabalhar a unidade da mensagem bíblica, sem desvalorizar o AT e sem uma “cristianização” exagerada do mesmo? Todas essas perguntas são inescapáveis e merecem atenção do teólogo bíblico.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>3. Abordagem diacrônica ou sincrônica*.</b> Muitas teologias bíblicas e sistemáticas parecem considerar o texto bíblico homogêneo e uniforme. Será que é possível fazer teologia bíblica sem considerar a história e algum tipo de desenvolvimento teológico nas Escrituras. É verdade que o historicismo do século XIX e sua postura evolutiva trouxe uma espécie de trauma para muitos estudiosos da Bíblia. No entanto, ainda que seja árdua lidar com o papel da história na teologia, cremos ser impossível fazer uma boa teologia, sem considerá-la adequadamente, conforme bem observou Oscar Cullmann.</font></p>  <p align="justify"><font size="3">*<b>Diacronia etimologicamente, pela origem da palavra, quer dizer o momento no tempo, uma visão, um corte diacrônico ou seja, uma abordagem de um momento especifico. Exemplo: Corte diacrônico de uma sociedade, ou mesmo de uma empresa ou situação, se em corte diacrônico de um momento mais circunscrito determinado.</b></font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>Caso seja um corte sincrônico apresentará tempos comparados</b>. Exemplo: um estudo sincrônico da influência dos políticos na vida pública da sociedade tal... então se apresentará comparações ao longo do tempo em sincronia... de várias épocas. Diacrônico refere-se a um dado e determinado momento isolado. Sincrônico refere-se à correlação entre vários momentos entre eles. Ex. um estudo sincrónico onde compararemos a ação dos profetas nas diferentes épocas da história de Israel. </font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>4. Relação com a autoridade da Bíblia.</b> Por mais isenta que seja uma teologia bíblica, ela não poderá deixar de trabalhar com pressupostos. Um dos mais relevantes é exatamente o ponto de partida para com a própria Bíblia. Devemos praticar uma hermenêutica de suspeita para com o texto? Ou devemos interpretar o texto sagrado de maneira afirmativa, numa relação de empatia para com o mesmo. Quando um outro referencial externo explícito comanda a hermenêutica das Escrituras dificilmente poderá construir-se uma teologia bíblica que faça justiça ao texto.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>5. Unidade e diversidade.</b> Será que possível achar um centro de organização para uma teologia da Bíblia, ou do AT e do NT. Será que o conceito de aliança, de promessa ou de ação divina na história são adequados para organizar o material bíblico. </font></p>  <p align="justify"><font size="3">Seria tal abordagem forçada, pelo fato de existirem vários centros de organização do texto? Essa é uma questão difícil que não pode ser esquecida. </font></p>  <p align="justify"><font size="3">Além disso, a diversidade presente nas Escrituras levanta outra questão: Existe uma teologia bíblica (ou do AT/NT) ou existem várias teologias? É bem conhecido o fato de que os teólogos liberais levaram a diversidade teológica bíblica às últimas conseqüências. </font></p>  <p align="justify"><font size="3">Por outro lado, fundamentalistas têm tentado ver unidade a partir de lentes mais sistemáticas e filosóficas do que bíblicas. Como deve ser trabalhada essa relação? Aí está um grande dilema ainda aberto para a discussão dos estudiosos.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>6. Teologia canônica ou não canônica. </b>Por mais simples que possa parecer essa questão, ela merece muita atenção. Já que temos acesso a material religioso da fé de Israel e da igreja primitiva, devemos perguntar se uma teologia bíblica deve fazer referência a esse material. Por outro lado, já que se trata de uma teologia construída dentro da comunidade da fé, a igreja, deve-se perguntar se os parâmetros da dogmática cristã e esse fator devem restringir a teologia a uma abordagem canônica.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"><b>7. Relação com a sistemática.</b> Uma vez construída uma teologia bíblica chegará ela a algum lugar sem uma relação com a sistemática? É possível construir uma teologia bíblica sem cair na fragmentação muitas vezes acéfala? Que tipo de relação deve se manter entre as duas abordagens? Doutrinas cardeais e essencias da fé como a Trindade teriam relevância significativa numa teologia bíblica? Com certeza o diálogo é fundamental e necessário, para que as duas abordagens se completem.</font></p>  <p align="justify"><font size="3"></font>

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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Lucas 6:38

SOBRE O AUTOR:
Josias Moura de Menezes

É formado em Teologia, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Licenciatura em Matemática. É especialista em Marketing Digital, Produção Audiovisual para Web, Tecnologias de Aprendizagem a Distância, Inteligência Artificial, Jornalismo Digital e possui Mestrado em Teologia. Atua ministrando cursos de capacitação profissional e treinamentos online em diversas áreas. Para mais informações sobre o autor <clique aqui>.

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