Vivendo para ser e Fazer discípulos:
A ORDEM PARA FAZER DISCÍPULOS
Texto Básico: Mt. 28.18-20; Mc 16.15 Texto Áureo: 2 Jo. 9 Texto Devocional: l Tm. 1.3-7
INTRODUÇÃO
Ninguém pode fazer a obra do Senhor por conta própria. Quer no que respeita ao sustento da obra, ou no que se refere ao poder espiritual para realizar o trabalho.
Veremos neste estudo algo sobre a ordem dada por Jesus, para fazer discípulos. Com que base Jesus deu tal ordem? Quem é apto para realizar tão grande obra?
Quando recebemos uma missão, necessitamos receber também os meios para cumpri-la. A não ser que estejamos previamente dotados de tal capacitação. O mundo, diante do qual nos colocamos como mensageiros do Senhor, espera que estejamos municiados para o cumprimento da missão.
I. JESUS MANDOU FAZER DISCÍPULOS
1. Observemos que a ordem foi para ensinar a Palavra de Deus. Em todos os tempos houve quem tentasse mudar o significado da ordem de Jesus, de ir: "Ide por todo o mundo…" (Mc 16.15a); pregar: "…e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15b); e ensinar: "…ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado" (Mt 28.20a). Nessa mudança, uns dão ênfase à cura divina; outros, à expulsão de demônios; outros, à prosperidade material; outros, a uma forma mais criativa de batismo, desconhecida das Escrituras; outros, a infinitas formas antibíblicas. Mas nós devemos nos apegar ao que manda a Palavra de Deus. Lembremo-nos da recomendação de Paulo: "Não ultrapasseis o que está escrito" (I Co. 4.6b).
2. Jesus ordenou com base na sua autoridade total. Este é o argumento máximo contra aqueles que ensinam a heresia do "batismo em nome de Jesus"(*Ver nota no fim deste estudo). Quando Jesus mandou ir, pregar, batizar, ensinar, baseava-se na sua autoridade total: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO" (Mt 28.18,19). Ora, se Jesus possuía toda autoridade, quem tem autoridade para mudar sua ordem? E pronto! Ninguém pode discutir mais. Os que erram neste assunto o fazem por teimosia, desobediência à Palavra e cegueira espiritual.
3. A mensagem que pregamos e ensinamos deve ser completa. O discipulador não tem o direito de selecionar uma parcela de tudo que Jesus ensinou e dar ênfase apenas e essa parte. A ordem de Jesus foi "…ensinando-os a guardar TODAS AS COUSAS que uos tenho ordenado" (Mt 28.20a). Por não entender essa exigência, há muitos que dão destaque especial a uma determinada doutrina, em detrimento do conjunto de doutrinas que devemos observar: a) Os judaizantes enfatizavam a guarda da lei de Moisés (At 15.1); b) Os gnósticos davam destaque ao conhecimento, desprezando os irmãos mais humildes. E pregavam heresias. Uma delas dizia que Jesus não veio em carne (I Jo. 4.2; 2 Jo. 7); c) Em nossos dias, multiplicou-se o número das seitas e heresias. Algumas apresentam uma palavra agradável. "E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2Co 11.14). Cuidado!
II. O MÉTODO DE JESUS ERA BUSCAR OS DISCÍPULOS
1. O normal sempre foi o discípulo ir à procura do mestre. Em todos os tempos os discípulos andaram à procura do mestre! O mestre ficava em seus aposentos, onde recebia os candidatos a discípulos, selecionava e admitia ao seu convívio e aprendizado os que escolhesse. Hoje em dia acontece o mesmo: cada aluno vai à procura da escola, matricula-se e se encontra com o mestre, para o aprendizado.
2. Jesus até nisto foi diferente: Ele ia à procura dos discípulos. "Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam rede ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Mt 4.18,19); "Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, eJoão, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os" (Mt 4.21). Jesus foi buscar seus discípulos onde eles viviam e trabalhavam.
3. E Jesus mandou ir a todo o mundo, para fazer discípulos. Temos três modos de cumprir a ordem de Jesus, de ir a todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura: a) Indo, como missionários; b) Contribuindo, para sustentar aqueles que vão; c) Orando e dando apoio espiritual aos missionários. Cada um de nós pode fazer, ao mesmo tempo, duas destas partes: Ir e orar; ou contribuir e orar.
III. O ENSINO DA PARÁBOLA DA GRANDE CEIA
1. Os convidados para a Grande Ceia se mostraram indignos.
a. "Disse o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado" (Lc 14.18).
b. "Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado" (Lc 14.19).
c. "E outro disse: Casei-me, e por isso não posso ir" (Lc 14.20). Nossas desculpas não são justas: Se comprei um campo, deveria tê-lo visto antes; se comprei cinco juntas de bois, deveria tê-las experimentado antes; se me casei, que excelente oportunidade de enriquecer os festejos da minha lua de mel, participando de um banquete!…
2. O dono da festa mandou chamar os pobres, aleijados, cegos e coxos. "Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos" (Lc 14.21). Os convidados eram os filhos de Abraão. Mas eles rejeitaram o convite. Os gentios são os pobres, aleijados, cegos e coxos, isto é, os desprezados, os marginalizados, no conceito dos judeus, que tinham os estrangeiros como imundos (Veja At 10.28).
3. Mandou buscar os que vivem nos caminhos e atalhos. São os becos e caminhos tortuosos em que vive grande parte da população deste mundo. Isto, no sentido social, onde os ricos desprezam os pobres. Explora-os. Tudo isso para usufruir do melhor deste mundo, em detrimento das riquezas invisíveis, mas eternas, que o pobre e despreza-
do alcança, porque também é alvo do amor de Deus. Esses perdidos são, espiritualmente, pobres e desgraçados. Mas, bem-aventurados do Senhor. Porque Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).
CONCLUSÃO
Jesus ordenou que façamos discípulos. Fê-lo com base no seu poder ilimitado, absoluto. Deu exemplo prático do método mais eficiente para obter o melhor resultado: Ir ao lugar onde os discípulos em potencial estão e arrebanhá-los para o discipulado.
Outro aspecto de destaque é que o método de todos os mestres, de todos os tempos, sempre foi o PASSIVO, ou seja: O mestre esperava que o candidato a discípulo o procurasse. Mas Jesus usou o método ATIVO, pelo qual Ele ia à procura dos discípulos.
Os candidatos a discípulos de Jesus eram da estirpe mais humilde, desamparada e desprovida de privilégios: pescadores, publicanos, pessoas simples e desprestigiadas, representadas na parábola da Grande Ceia pelos pobres, aleijados, cegos e coxos.
Jesus pode reunir a pior espécie de gente para formar o seu esquadrão de obreiros, porque ao pobre Ele enriquece; aleijados, cegos e coxos, Ele cura. E os faz capazes e úteis ao seu propósito.
PERGUNTAS DA LIÇÃO
1. A quem Jesus deu a ordem de ir, pregar e ensinar?
2. Qual a característica do método de Jesus para fazer discípulos?
3. Que desculpas os convidados da parábola da Grande Ceia apresentaram?
4. Quais são as provas de que as desculpas daqueles convidados eram falsas?
5. Qual o significado do convite aos pobres, aleijados, cegos e coxos?
NOTA SOBRE A HERESIA DO “BATISMO EM NOME DE JESUS”
Fundada por John Schepp em 1913, ensina que o batismo salva, e deve ser realizado só em nome de Jesus. Seus adeptos não seguem a fórmula batismal de Mateus 28.19: “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Essa seita provocou muitas divisões nas igrejas evangélicas da época. Ela mesma depois se dividiu em várias facções, entre as quais a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, presente em outros países, que também é modalista e batiza só em nome de Jesus. (Não confundir com a Igreja Unida.)