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ToggleTexto Bíblico Base: Filipenses 2:3-4 “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”
Introdução:
Em um mundo onde o egoísmo e a busca pela satisfação pessoal parecem prevalecer, o conceito de altruísmo pode soar como algo ultrapassado ou até mesmo ingênuo. No entanto, quando se trata de construir um casamento sólido e duradouro, o altruísmo se revela como um ingrediente essencial. Neste estudo, vamos explorar como a prática de colocar as necessidades do cônjuge acima das próprias pode transformar profundamente a dinâmica do relacionamento conjugal.
Descubra agora três princípios fundamentais que nos ajudarão a cultivar uma postura altruísta em nosso casamento, seguindo o exemplo de Cristo.
I. Reconhecendo o Egoísmo como Inimigo do Amor (Filipenses 2:3a)
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3a)
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Filipenses, alerta sobre o perigo do egoísmo nas relações interpessoais, especialmente no contexto do casamento. O egoísmo, característica inerente à natureza humana decaída, manifesta-se através de atitudes como a falta de empatia, a inflexibilidade e a busca incessante por prevalecer sobre o outro.
A Bíblia nos ensina que o amor verdadeiro é paciente, bondoso e não busca seus próprios interesses (1 Coríntios 13:4-5). Contudo, o egoísmo age como uma força contrária a esse ideal, impedindo que os cônjuges cultivem um relacionamento alicerçado na generosidade e no altruísmo.
Um exemplo claro de como o egoísmo pode minar um casamento encontra-se na história de Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Esse casal, movido pela ganância e pelo desejo de reconhecimento, mentiu sobre a oferta que havia feito à igreja, resultando em trágicas consequências.
O renomado teólogo C.S. Lewis, em seu livro “Cristianismo Puro e Simples”, afirma que o orgulho é o maior pecado e a raiz de todos os outros. Ele argumenta que o orgulho leva as pessoas a se colocarem no centro do universo, ignorando as necessidades e sentimentos dos outros.
Para superar o egoísmo no casamento, é fundamental reconhecê-lo como um obstáculo a ser enfrentado diariamente, buscando a ajuda de Deus. Através da oração, do estudo da Palavra e da prática intencional de atos de bondade e serviço ao cônjuge, os casais podem, gradativamente, substituir o “eu” pelo “nós”, fortalecendo assim os laços de amor e companheirismo.
II. Valorizando o Cônjuge acima de Si Mesmo (Filipenses 2:3b)
“…cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3b)
A humildade, virtude essencial para um casamento saudável, é a chave para colocar o bem-estar do cônjuge em primeiro lugar. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Filipenses, enfatiza a importância de considerar os outros como superiores a si mesmo, um princípio que se aplica perfeitamente ao contexto matrimonial.
Essa atitude de estimar o cônjuge acima de si mesmo encontra eco nas palavras de Jesus em Mateus 20:26-28, onde Ele ensina que aquele que deseja ser o maior deve ser servo dos outros. No casamento, isso significa buscar ativamente maneiras de servir, apoiar e encorajar o parceiro, mesmo quando isso implica em abrir mão de suas próprias vontades e desejos.
Podemos comparar essa postura de valorização do cônjuge a um jogo de tênis. Imagine que, em vez de tentar vencer o oponente, o objetivo de cada jogador fosse fazer com que o outro brilhasse, oferecendo a ele as melhores jogadas e oportunidades. Essa dinâmica transformaria completamente a natureza do jogo, criando um ambiente de cooperação e apreciação mútua. Da mesma forma, quando os cônjuges se esforçam para elevar um ao outro, o casamento se torna um espaço de crescimento e realização conjunta.
O renomado psicólogo Carl Rogers, conhecido por sua abordagem centrada na pessoa, afirmou que a aceitação incondicional é fundamental para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Ao considerar o cônjuge como superior a si mesmo, criamos um ambiente de respeito mútuo e apreciação, fortalecendo os laços do amor e proporcionando um terreno fértil para o florescimento individual e do casal.
Para aplicar esse princípio no dia a dia, é essencial cultivar a empatia, buscando compreender as necessidades, desejos e perspectivas do parceiro. Isso pode envolver gestos simples, como ouvir atentamente, oferecer palavras de encorajamento e realizar atos de gentileza, colocando as preferências do cônjuge à frente das próprias. Ao fazer do bem-estar do outro uma prioridade, os casais podem construir um relacionamento alicerçado na generosidade, no respeito e no amor verdadeiro.
III. Buscando Ativamente o Bem do Outro (Filipenses 2:4)
“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” (Filipenses 2:4)
O apóstolo Paulo, em sua exortação aos filipenses, vai além de simplesmente evitar o egoísmo, encorajando uma postura proativa de buscar o melhor para os outros. No contexto do casamento, isso significa estar atento às necessidades emocionais, físicas e espirituais do cônjuge, empenhando-se para supri-las na medida do possível.
Esse princípio encontra ressonância nas palavras de Jesus em João 15:13, onde Ele afirma que “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Embora o sacrifício supremo de Cristo na cruz seja único, Ele nos chama a refletir esse amor abnegado em nossos relacionamentos, especialmente no casamento.
Podemos ilustrar essa busca ativa pelo bem do outro com o exemplo de um jardineiro dedicado. Assim como ele se esforça para proporcionar as condições ideais para o crescimento e florescimento das plantas, cuidando da terra, regando, podando e protegendo-as de pragas, os cônjuges devem se empenhar em criar um ambiente propício para o desenvolvimento e realização um do outro.
O renomado autor e conferencista Stephen Covey, em seu livro “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, apresenta o conceito de “conta bancária emocional”. Ele argumenta que, assim como em uma conta bancária, podemos fazer depósitos e saques emocionais em nossos relacionamentos. Quando nos dedicamos a promover a felicidade e o bem-estar do cônjuge, estamos fazendo depósitos significativos nessa conta, fortalecendo a confiança e a intimidade no casamento.
Para colocar em prática esse princípio, é fundamental cultivar uma postura de serviço, buscando maneiras criativas de atender às necessidades do parceiro. Isso pode envolver desde gestos simples, como preparar uma refeição favorita ou oferecer uma massagem relaxante após um dia estressante, até atitudes mais profundas, como apoiar os sonhos e aspirações do cônjuge, mesmo quando isso exige sacrifícios pessoais. Quando ambos os cônjuges se comprometem a promover o melhor um para o outro, o casamento se torna um reflexo vivo do amor sacrificial de Cristo pela igreja.
Conclusão:
O altruísmo no casamento não é uma tarefa fácil, mas é um caminho que vale a pena ser trilhado. Ao nos esforçarmos para viver de acordo com os princípios ensinados em Filipenses 2:3-4, podemos experimentar a alegria de um relacionamento conjugal pautado pela generosidade, compreensão e amor incondicional. Que possamos, com a graça de Deus, cultivar diariamente uma postura altruísta em nosso casamento, refletindo assim o amor de Cristo em nossa união.