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Como enfrentar a solidão – Parte II
Salmo 23.1-6, Salmo 25.11-18, lsaías41.10
Solidão nem sempre é causa do problema vivenciado, quase sempre é consequência, por isso precisamos saber o que nos pode trazer solidão e então criar uma espécie de anticorpos emocionais.
Os fatores que contribuem para a solidão incluem variáveis situacionais, como isolamento físico, mudança para um novo local e divórcio. Ademais, o luto por alguém importante na vida de uma pessoa também pode levar a sentimentos de solidão. Além disso, pode ser um sintoma de um distúrbio psicológico, como a depressão.
Portanto, a solidão também pode ter fatores internos, como baixa autoestima. Dessa forma, pessoas que não têm confiança em si mesmas muitas vezes acreditam que não merecem a atenção ou consideração de outras pessoas. Isso pode levar ao isolamento e à solidão crônica. Reconheça que a solidão é um sinal de que algo precisa mudar.
Algumas causas da solidão.
Podem ser intensificadas em tempo de transições ou mudanças de paradigmas na comunidade da qual o indivíduo faz parte. A mais recente “revolução” que estamos experimentando diz respeito à área das comunicações. A internet e as demais tecnologias de ponta nos sintonizam com a globalização. Entretanto, há o outro lado da moeda: os contatos virtuais podem fazer com que indivíduos se isolem e até evitem contatos pessoais, gerando problemas psicossociais. Mas é uma realidade que não podemos negar ou evitar. Devemos, sim, controlar a influência dos avanços tecnológicos a fim de que eles nos sirvam, facilitem aspectos de nossa vida, e não que nos tornem seus “escravos”.
2.Causas no processo de desenvolvimento pessoal
Nesta área o aprender a relacionar-se é fundamental. Deficiência na habilidade em relacionar-se pode causar solidão. Dois pontos merecem destaque aqui.
a. Devemos estabelecer laços. Isso significa aprender a ligar-se a outros seres humanos. De uma maneira geral, o modo como uma pessoa se relaciona com os circunstantes está diretamente relacionado à maneira como foram construídos seus relacionamentos familiares.
b. Devemos evitar qualificar as pessoas pela aparência. Qualificar pela aparência tanto pode fazer com que nos afastemos dos outros, como também afastá-los de nós. Busquemos conhecer as pessoas que nos cercam pelo seu real valor.
3.Causas psicológicas
São sentimentos, questões interiores que nos afastam de amigos ou parentes, levando-nos à solidão. Várias são as razões pelas quais o indivíduo se afasta da convivência com outros: baixa autoestima, dificuldade de relacionar-se pessoalmente ou com grupos, pensamentos derrotistas, descontrole de emoções e ações, ser refratário à aproximação de outros e ter medo de algum tipo de sofrimento em decorrência de relacionamentos.
4.Causas circunstanciais
Até aqui falamos de coisas internas, mas esse ponto fala de algo externo à pessoa. São situações que vivemos e que nos afastam das pessoas. Por exemplo, morar longe da família pela primeira vez, enfermidades que mudam a aparência, etc.
5.Causas espirituais
Aqui o problema é obvio: pecado – porque nos isola de Deus e dos irmãos. O remédio é simples e bíblico: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1.9).
Você consegue identificar alguma dessas causas em sua vida, na vida de alguém próximo a você ou de alguém de sua igreja? O que você pretende fazer?
Efeitos da solidão
A solidão pode causar uma série de efeitos que são notados através de comportamentos incomuns em determinada pessoa. Por exemplo: o sofrimento causado pelo insucesso na busca por relacionamentos pessoais; intensificação na baixa autoestima; depressão em decorrência da tristeza e do isolamento involuntário; comportamentos extravagantes, inconvenientes ou exagerados, como uso de drogas, violência. Esses são alguns dos efeitos que podem ser constatados na vida de pessoas que sofrem de solidão.
Reação da igreja à solidão
Quando um membro da igreja apresentar características de alguém que sofre de solidão, há duas ações principais a tomar: tratar e curar. Porém existe a ação preventiva que precisa vigorar já, para evitar o mal da solidão. Já existem pessoas sofrendo em nosso meio, atingidas pela solidão. Elas precisam de orientação, de oração e aconselhamento para conseguir superar o problema. Há alguns passos que devem ser seguidos no aconselhamento de pessoas que sofrem desse mal. Vamos estudar rapidamente cada um.
1.Admitir o problema. Esse é um princípio usado para todos os tipos de aconselhamentos. Ninguém pode ser auxiliado a resolver um problema que não admite ter. A pessoa reconhece que existe o problema, que sofre por causa Dele e decide que quer fazer algo para resolvê-lo.
2.Identificar as causas. Estudamos algumas possíveis causas anteriormente. O aconselhado junto com o conselheiro pode identificar a origem do problema. Como todas as outras, essa etapa requer vários encontros para conversa e oração.
3.Mudar a maneira de pensar. Durante a conversa para identificar as causas, o conselheiro sabiamente deve anotar pontos que, se mudados, podem anular aquilo que alimenta a solidão. Ele pode sugerir questões sociais e aplicar princípios espirituais como, por exemplo, a soberania e o cuidado de Deus. Oseias, o profeta, era constantemente confortado pela lembrança de que o Senhor cumpre Suas promessas e que restauraria sua família assim como um dia restauraria Israel.
4.Estimular o crescimento espiritual. Podem ser desenvolvidos estudos bíblicos de acordo com a necessidade da pessoa. Gálatas 6 nos mostra um equilíbrio entre levar as cargas um dos outros e levar os próprios fardos. E o equilíbrio bíblico entre cuidar de si próprio, mas também dos outros, o que também reflete o mandamento de Cristo de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Além disso, momentos de devoção e oração constantes e de qualidade são essenciais para a cura do solitário.
Conclusão
A igreja como família de Deus é a melhor prevenção e resposta para a solidão. Ao participar ativamente de um grupo de pessoas que se reúnem em nome de Jesus, alguém não será mais um na multidão, mas, sim, um importante membro de um corpo vivo e verdadeiro.