ESTUDO BÍBLICO DA ESCOLA BIBLICA BETEL BRASILEIRO GEISEL. SITE: WWW.JOSIASMOURA.WORDPRESS.COM
A COMUNHÃO DOS SANTOS
EFESIOS 4:3-6
Entre os muitos benefícios que Cristo trouxe a todos nós, encontra-se a comunhão existente entre os membros de seu corpo, que é a igreja. É um dos maiores resultados do poder do Espírito Santo na vida da comunidade cristã. Uma comunhão que se apresenta em dois aspectos – visível e invisível . A certeza de que em Cristo esta comunhão é confirmada entre os salvos, torna os relacionamentos interpessoais muito mais saudáveis e inspirativos.
Quando surgem desentendimentos e divisões na igreja de Cristo e entre os seus membros, individualmente, a comunhão visível pode ser quebrada, mas a invisível, jamais 0 será.
Apesar da abrangência do termo, pode- se dizer que “Comunhão (Koinonia) Cristã” é, como define William Barclay, em seu livro ‘‘Palavras Chaves no Novo Testamento”, “aquele vínculo que liga os cristãos uns aos outros, a Cristo e a Deus”. Assim, a partir do momento em que uma pessoa é salva e passa a fazer parte do reino de Deus, esse vínculo se estabelece entre ele e aqueles que já fazem parte desse reino.
Nestes tempos em que surgem centenas de denominações cristãs todos os dias em nosso país, nota-se que, cada vez mais, os cristãos se distanciam uns dos outros, vivendo um exclusivismo denominacional que ofusca completamente esta verdade maravilhosa ensinada na Bíblia e reafirmada no Credo Apostólico
1. A COMUNHÃO RESULTA DA UNICIDADE DA IGREJA
Quando afirmamos que cremos na santa igreja, estamos declarando que cremos numa igreja cristã que é única, apesar de a mesma se apresentar através de muitos grupos denominacionais ou confessionais. Afirmamos que não há barreiras para a fé. De todos os povos, nações, línguas, raças, posições sociais etc., há pessoas que são chamadas à fé e passam a fazer parte da igreja de Cristo. A igreja é uma só, pois a Bíblia não menciona mais de uma. Esta é uma das mais belas e impressionantes verdades a respeito da igreja, pois é unidade quanto à sua comunhão. Portanto, sendo a igreja uma só, isso significa dizer que os seus membros desfrutam de uma comunhão entre si.
A concretização dessa comunhão só é possível pelo fato de Cristo ser o fundamento da unidade da igreja (Rm 12.5). O fato de existir um só Deus, um só Salvador e Senhor e um só Espírito, é evidência clara de que existe apenas uma igreja, à qual muitos são chamados para a comunhão (Mt 28.18; At 4.12; Ef4.4ss; Hb 7.27).
Em sua obra Eu e Tu, Martin Buber faz uma bela exposição sobre o relacionamento na comunidade cristã, quando diz: “A verdadeira comunidade não nasce através de pessoas que possuem simpatia umas para com as outras (embora, na verdade, tal sentimento seja necessário), mas, primeiramente, em estar vivendo em comunhão com o Centro vivente, e, em segundo lugar, por estar vivendo em relações mútuas um com outro. Usando a linguagem do Novo Testamento, um cristão poderia dizer: um hõ- mem que tem comunhão com Deus através do Espírito, pode, também, ter comunhão com o seu próximo, mas é Deus quem dá e sustenta ambas. Assim, de acordo com 1João 1.3, o propósito inteiro do Evangelho é ‘que tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo”.
É tarefa da igreja, pela ajuda indispensável do Espírito Santo, trabalhar para chamar outros à comunhão. A inclusão sincera e verdadeira das pessoas no Corpo de Cristo, torna-as participantes dessa união, que é operada pelo Espírito Santo de Deus.
2. A COMUNHÃO É SUSTENTADA A DESPEITO DAS DIFERENÇAS
Outra importante verdade que se aprende sobre a comunhão dos salvos é que ela é sustentada em meio às diferenças existentes entre os membros do Corpo de Cristo. Essas diferenças são observadas na vida pessoal e comunitária; entre uma igreja e outra.
Ao comparar os membros do corpo humano com os membros do Corpo de Cristo, o apóstolo Paulo expõe, com clareza, as diferenças que existem entre um membro e outro, mas todos estão ligados ao mesmo corpo, e há uma perfeita harmonia entre eles (I Co 12.12-31). Uma igreja local é composta de pessoas muito diferentes entre si. Nela há brancos e negros, ricos e pobres, doutores e analfabetos, homens e mulheres, crianças e adultos… Mesmo assim, existe uma comunhão entre todos, porque essa comunhão que se estabelece é pela obra do Espírito Santo. Essa comunhão não é apenas de caráter humano. Mesmo que alguns quebrem a comunhão visível, a invisível permanece, a despeito das diferenças. O professor J. Robert Nelson, citando o reformador John Knox, diz que a frase “indivíduo cristão’ é, de determinada maneira, contraditória, porque o termo cristão pressupõe uma realidade social. Esta realidade social é a igreja, na qual a comunhão se manifesta em suas formas divina e humana”.
E quanto à comunhão entre as igrejas, sendo que entre uma e outra há divergências sobre questões doutrinárias, litúrgicas, forma de governo etc.? Será que ela existe? Os cristãos se esforçam para evidenciá- la? Essas são algumas perguntas que precisam ser levantadas, pois o que se observa é que nem sempre as igrejas estão preocupadas em proclamar e demonstrar que tal comunhão existe. Na teoria somos todos “irmãos”, membros da mesma família; porém, na prática, as coisas não acontecem dessa maneira. Algumas igrejas agem
em relação às outras, como se elas fossem a verdadeira “Babilônia” do Apocalipse, isto entre igrejas evangélicas. São igrejas que desenvolvem um conceito egocêntrico de vida comunitária, fé e culto.
Mesmo que a compreensão sobre a Ceia do Senhor não seja a mesma nas várias igrejas, e mesmo que elas insistam em não manifestar comunhão umas com as outras em torno da mesa de Cristo, não se pode quebrar tal comunhão, pois todos os cristãos participam do mesmo pão e do mesmo vinho, apesar de a ministração ser restrita a este ou àquele grupo (I Co 10.17). “Está Cristo dividido?"(I Co 15.22).
Será que as nossas atitudes em relação a outros irmãos de denominações diferentes podem nos deixar tranqüilos quando dizemos: “Creio na comunhão dos Santos”?
3. A COMUNHÃO PRECISA SER EVIDENCIADA DE FORMA VISÍVEL
Considerando que a comunhão entre os cristãos é resultado da unicidade da igreja, efetuada por Cristo e confirmada pelo Espírito Santo, mesmo que existam diferenças em vários aspectos, a igreja precisa, durante a sua caminhada, revelar que tal comunhão é algo concreto. Precisa demonstrar ao mundo que não é apenas teoria. A prática cristã é o que revela a existência da comunhão.
Jesus, na oração sacerdotal, afirma: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim" (Jo 17.22,23).
A comunhão, no Novo Testamento, envolve a idéia de compartilhar, como afirma William Barclay. Isso pode ser visto na experiência da igreja de Jerusalém. A compreensão que eles tinham de comunhão era a de partilha para o bem-estar de todos (At 2.42-47). Era uma comunhão visível, resultante da comunhão espiritual que havia entre eles. Onde há comunhão sincera com Cristo e com o Espírito Santo, há, também, comunhão com os irmãos.
A comunhão visível entre os membros do Corpo de Cristo se dá em amor, como se observa em Efésios 4.15,16 e em I João 3.11-23. Não é possível que a comunhão seja evidenciada sem que o amor esteja presente. Se o amor não direciona os relacionamentos na comunidade cristã, então não há amor a Deus (I Jo 3.17; 4.20).
As várias denominações cristãs precisam, também, compreender o valor dessa comunhão visível. Evidentemente, não se trata de unir todas numa só, mas unir-se nos esforços para a proclamação do evangelho e promoção humana; no diálogo e no respeito pelas diferenças; na valorização da vida e nos propósitos comuns; no crescimento mútuo e fortalecimento da fé.
DISCUSSÃO
1. Como as igrejas podem demonstrar ao mundo a veracidade da sua comunhão?
2. No contexto da comunidade local, que responsabilidade assumimos ao declarar: “Creio na comunhão dos Santos”?
O brigado pelas mensagens, muito gratificantes.
elizaldo Cabral
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor… devemos estudar sempre a palavra de Deus e esses estudos tem sido uma bênção, muito edificante!paz