Escola Bíblica dominical da Igreja do Betel Brasileiro Geisel. Site: www.josiasmoura.wordpress.com
ACAZ: UM GOVERNO SEM
A ORIENTAÇÃO DE DEUS!
II CRONICAS 28
É comum verificar alguns governantes procurando líderes religiosos, templos e outros locais de práticas religiosas, mas apenas com interesses rotineiros. São aqueles que “quase” se tornam religiosos, mas os seus atos comprovam o contrário. No seu dia a dia tomam decisões sem consultar ao Senhor. Muitos governantes encontram-se longe de Deus e por isso fazem sofrer o povo.
Lamentavelmente, alguns partem para práticas religiosas sem discernimento, pois com o propósito de agradar a todos, entendem que todas as religiões são boas e conduzem a Deus. São aqueles que ficam daqui para ali, à procura de projeção pessoal e de votos, se envolvendo com qualquer tipo de religiosidade. Estes pensam que estão buscando a aprovação divina, mas na realidade Não são atendidos pelo Senhor, pois não estão buscando corretamente a orientação divina.
O rei Acaz governou sem buscar a orientação divina e fez o que contraria a vontade do Senhor, levando o povo a fracassar.
Após a morte de Jotão, seu filho Acaz passa a reinar sobre Judá por 16 anos. Acaz foi proclamado rei aos 20 anos de idade e durante todo o seu reinado manteve uma política pró- Assíria, pois fez uma aliança imprópria com Tiglate-Pilesser III. Em seu governo enfrentou o desafio de manter a paz com a Síria e Israel. Os distritos de Judá foram invadidos pela Assíria. Mais tarde esses invasores se retiraram, mas Peca e Rezim declararam guerra contra Judá. Naquela ocasião houve a morte de milhares de pessoas e muitos foram levados cativos para Samaria e Damasco. Os filisteus e os edomitas aproveitaram-se da condição de decadência de Judá para dominá-la de modo violento (II Cr 28.17-18). Com a queda e crise neste reinado de Acaz, o profeta Isaías foi enviado por Deus para falar sobre o verdadeiro comportamento que o rei precisava ter, mas este rejeitou a voz profética e preferiu a prática dos atos ímpios. Oséias, Miquéias e Isaías profetizaram durante o reinado de Acaz, o qual foi marcado pelo distanciamento de Deus (Is 1.1; Os 1.1; Mq 1.1.).
O governo de Acaz é caracterizado por práticas pecaminosas, acordos interesseiros, cultos pagãos, completo afastamento de Deus e homicídios na própria família.
Aqui é possível e necessário salientar algumas marcas deste reinado tão longe de Deus, repleto de atos ímpios e de abominações, a fim de que tais atitudes não se repitam em nosso meio.
1. PRATICAS RELIGIOSAS CONDENAVEIS
Percebe-se claramente um desvio religioso acentuado neste período, quando o próprio Acaz liderou atos pagãos. Ele chegou a fechar as portas da casa do Senhor e fez altares em todos os cantos de Jerusalém. Certa vez foi a Damasco e apreciou um altar pagão e mandou o sacerdote Urias fazer uma cópia para se ter um semelhante em Jerusalém (vv.2-4, 22-25; II Rs 16.10). Estas práticas condenáveis levaram o seu reinado a fracassar.
Nas Escrituras está registrado que só Deus merece ser adorado e é digno de todo o louvor. A principal advertência contra esta atitude idólatra encontra-se nos Dez Mandamentos dados pelo próprio Deus (Ex 20.3-5). E triste a situação daqueles que se envolvem com cultos idólatras (SI 115.8). Realmente, só Deus deve ser adorado (Ap 19.10).
O salmista afirma que uma nação só é feliz quando Deus é o Senhor (SI 33.12). Quando Deus é Senhor de uma nação estas manifestações religiosas condenáveis são repudiadas.
2. EXTERMÍNIO DOS PRÓPRIOS FAMILIARES
No verso 3 do texto-base há o registro de que Acaz “queimou a seus próprios filhos no fogo”. Isto aconteceu no vale de Hinom, arredores de Jerusalém. Esta é mais uma prova de um homem que reinava distante do Senhor. Somente uma pessoa ímpia e sanguinária pode praticar ato tão cruel. Aqui está um ato que revela fanatismo religioso. Segundo R.P. Shedd “o sacrifício humano é o aspecto mais vil da decadência pagã e está ligado à adoração de Moloque, divindade amonita equivalente ao Baal dos Fenícios, cujo culto foi introduzido em Israel por Jezabel, esposa de Acabe (Lv 18.21)”.
O rei de Jerusalém, Manasses, também sacrificou os seus filhos, o que é profundamente lamentável (II Cr 33.6).
Esta obra é maligna, pois o inimigo vem para matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Nunca houve necessidade alguma desta prática sanguinária, a qual se constitui em afronta ao Deus vivo (Dt 18.10).
Hoje, em muitos rituais pagãos e macabros, estão acontecendo sacrifícios de crianças, os quais estão sendo denunciados pela própria imprensa brasileira e mundial.
A vida é um dom de Deus e tudo deve ser feito para preservá-la. As ações governamentais devem estar voltadas para a preservação da vida, bem como a sua valorização, com projetos que visem oferecer a todos uma melhor qualidade de vida.
“Porque o Senhor humilhou a Judá por causa de Acaz…” (v. 19). Toda a nação sofreu por causa deste governo ímpio, tão afastado de Deus. Judá foi invadida pelos inimigos e até os recursos materiais foram entregues aos adversários (v.21).
Aqui é oportuno lembrar o sábio provérbio que afirma que, quando o perverso domina, o povo suspira (Pv 29.2).
O Brasil, por longos anos, tem passado por momentos difíceis, sendo que seus problemas são inumeráveis em sua totalidade. Mas, é possível destacar alguns: corrupção, violência, insegurança, dívidas interna e externa, má distribuição de renda, prostituição, crises sucessivas na área da saúde e educação etc. Por que será que uma nação que se diz tão rica e religiosa convive com crises e problemas que tendem a aumentar mais e mais? Quais são as reais causas deste declínio e como reverter este quadro? A Igreja tem um papel preponderante no sentido de auxiliar para que dias melhores venham sobre nosso país (Mt 5.13-16).
4. REJEIÇÃO DA VOZ PROFÉTICA
Naquele momento em que Judá estava sendo invadida e destruída pelos inimigos, Deus enviou o Seu profeta apresentando a solução para se sair da crise e um convite para Acaz se aproximar mais do Senhor. A fé em Deus era a chave para a vitória sobre os inimigos. Mas, o rei Acaz não quis saber desta orientação e continuou praticando ações abomináveis e dando ouvidos ao rei da Assíria, Tiglate-Pilesser III.
Conforme Samuel J.S. Schultz, “o ímpio e obstinado Acaz ignorou Isaías”. Realmente, a maioria daqueles que estão em pecado fogem da voz divina. Isto aconteceu no Jardim do Éden quando Adão tentou fugir da presença de Deus, numa tentativa de esconder o seu pecado. Muitas nações foram destruídas por causa desta rejeição à voz de Deus (Dt 8.20 e 28.45).
Dar ouvidos à voz de Deus é obedecer aos Seus mandamentos, submeter-se à Sua vontade e cumprir fielmente o que Ele determina. Um povo só pode ser realmente feliz, próspero, bem sucedido, se obedecer à voz de Deus (SI 144.15).
5. REPROVAÇAO DIVINA
Não é de se admirar que Judá e o próprio rei Acaz tivessem incorrido na ira de Deus, pois seus atos foram repletos de transgressões. Os versos 5,6,11,13 e 25 mostram a ira de Deus reprovando tais atitudes pecaminosas. Deus é um Deus de amor, mas é também um Deus de justiça e juízo. Ele não suportou tamanha abominação e demonstrou Sua ira contra estas ações malignas.
É e oportuno registrar que: “horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo”(Hb 10.31). O Senhor frustra os desígnios das nações e sobre algumas chega até a derramar o seu furor (SI 33.10 e 79.6).
Deus não se agrada daqueles que não se submetem ao Seu senhorio. Ele reprova atos pecaminosos, especialmente daqueles que assim procedem de modo consciente. Deus deseja comandar os povos, mas, para que isto aconteça, Ele precisa ser buscado constantemente.
E preciso lutar de todas as formas para se obter não só a aprovação humana, mas, acima de tudo, aprovação de Deus. Muitos governos atualmente estão sendo condenados por Deus, pois entendem que a voz do povo é a voz de Deus. Mas, isso é um tremendo engano e tem feito muitos pecar. É tempo de refletir com seriedade se Deus tem aprovado ou não nossos atos. Somente com a aprovação divina é possível ter sucesso e prosperidade em nossas realizações.
As Escrituras afirmam que quando o povo busca a Deus, se arrepende de seus pecados, se humilha e ora, Deus atende e age de modo restaurador: “…e sararei a sua terra” (II Cr 7.13-14).
DISCUSSÃO
· O que leva pessoas que conhecem o que Deus ensina, a viver nas práticas pecaminosas?
· Qual deve ser a atitude dos cristãos diante de governos ímpios?
· Será que a Igreja tem apoiado aqueles que se levantam com voz profética denunciando os erros e abusos de governos ímpios?