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Para Decorar “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica” (SI 119.50).
INTRODUÇÃO
Apesar de a Bíblia nada revelar sobre a infância de Jó, nem quanto à instrução que seus pais lhe deram sobre a revelação divina, o relacionamento de Jó com a mesma indica um conhecimento anterior do assunto. Jó agarrou-se firmemente aos ensinamentos da Palavra de Deus, embora talvez não tivesse uma cópia escrita dessas palavras. Jó as guardou no coração. O fato de ter guardado a Palavra resultou numa manifestação externa de obediência a essa Palavra.
A CONFIANÇA DE JÓ NA PALAVRA DE DEUS (Jó 6.10; 23.11,12)
Os relacionamentos interpessoais são inevitáveis. Mesmo que o homem consiga evitar seu semelhante, ele não pode escapar de Deus. O padrão objetivo dos relacionamentos interpessoais do crente é a Bíblia. Ela contém instruções sobre como podemos estar em harmonia com Deus e com o homem. No Velho Testamento, os Salmos enfatizam a ligação do homem com Deus, enquanto os Provérbios salientam a ligação entre homem e homem. (Salmo 139.)
Jó confiava nas palavras de Deus em lugar de desconsiderá-las ou desprezá-las (Jó 6.10). Ele não se desviava da Palavra de Deus (Jó 23.11,12).
A vontade revelada de Deus na Sua Palavra era considerada por ele como tendo procedência sobre os seus próprios desejos ou determinações (v. 12). Ao que parece, Jó na verdade se apoiava nas palavras de Deus para orientar suas decisões diárias. Uma atitude espiritual como essa é recomendável. O exemplo de Jesus Cristo é a síntese da submissão de Jó à vontade dc Deus. No jardim de Getsêmani, Jesus orou: “Contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua” (Lc 22.42), ao enfrentar a perspectiva de Sua morte na cruz.
Compare esta atitude com a de João Batista em João 3.30.
Você já observou um passarinho dormindo pousado em um fio elétrico? Seus pés se agarram com firmeza ao fio. A estabilidade do pássaro ilustra o apego de Jó às palavras de Deus: “Os meus seguiram as suas pisadas; guardei o seu caminho, e não me desviei dele” (Jó 23.11). Tal tenacidade e retratada pelo salmista como obra de Deus na vida do crente (SI 121.3).
A revelação que Jó recebeu de Deus não estava ainda escrita nessa ocasião, tanto quanto se pode saber. Deus tinha falado diretamente a Jó e talvez a outros-santos que o precederam. Os termos usados por ele, para definir a revelação divina, confirmam sua natureza oral: “palavras” (Jó 6.10), “mandamento de seus lábios” (Jó 23.12), e “palavras da sua boca” (v. 12). Esta transmissão oral das palavras de Deus exigia que o indivíduo guardasse a mesma cuidadosamente, gravando-a na mente e no coração. Jó fez exatamente isso. (Veja Pv 2.6.)
A comunicação direta de Deus com Jó é claramente mostrada em Jó 38-42.
A obediência de Jó à revelação divina foi tomada como uma razão para que o Senhor atendesse seus pedidos. Jó também usou seu conhecimento da revelação divina, como uma razão para vexar-se pela maneira como Deus o tratava. Naturalmente, o aborrecimento de Jó foi causado pela sua ignorância dos motivos reais que se achavam por trás do tratamento que recebia. Apesar de sua ignorância, Jó mostrou achar consolo em seu relacionamento com a Palavra de Deus. (Veja Jó 16.17; Jo 15.7; Jó 6.2-10; Jó 13.15,16.)
O salmista, no Salmo 119, também passava por aflições. Nada menos do que sessenta e seis versículos no Salmo 119 mencionam o sofrimento e a aflição. As aflições do salmista parecem estar relacionadas com a atividade de inimigos (SI 119.98,139,157). A aflição de Jó era definitivamente o trabalho de um inimigo, o próprio Satanás (Jó 1,2). O Salmo 119.49-56 é um excelente exemplo de uma passagem das Escrituras que nos faz lembrar da situação de Jó.
Elifaz tinha estado falando com ele antes de cada uma de suas declarações a respeito das palavras de Deus (Jó 4.1; 22.2). A resposta de Jó a Elifaz, em cada caso, manifestou o fundamento sobre o qual se apoiava: a revelação divina. Ele usou as palavras de Deus para responder às falsas acusações de Elifaz. Referindo-se ao seu relacionamento com a Palavra de Deus, Jó estava demonstrando sua boa consciência, com respeito às exigências dessa Palavra.
Compare as respotas de Jó a Elifaz, com o ensinamento de 1 Pe 3.15,16.
A ORIENTAÇÃO DE JÓ MEDIANTE A PALAVRA DE DEUS (Jó 22.22-30)
O primeiro aspecto do relacionamento entre o crente e a Palavra de Deus está na determinação da vontade do Senhor. Quantas vezes você já perguntou: qual a vontade de Deus para mim nesta situação? Elifaz explicou muito bem este aspecto da santidade, quando disse a Jó: “Aceita… a lei da sua boca” (Jó 22.22 — Edição Revista e Corrigida). “Lei” é a palavra “Torah” que tem o conceito de direção. Elifaz afirmou que tal direção seria encontrada na “boca” de Deus. A Palavra de Deus contém orientação para o crente.
Elifaz especificou certos imperativos que proveriam direção a Jó (Jó 22. 23-27). Esses mandamentos eram em suas essências: 1) volta a Deus (v. 23); 2) afastamento da injustiça (v. 23); 3) pôr de lado o materialismo (v. 24). Tiago 4.7-11 apresenta quase os mesmos conceitos. Tiago também indicou que tais ordens incluíam a resistência a Satanás (Tg 4.7). Jó estava sob o ataque satânico. As instruções de Elifaz não poderiam ter-se adaptado melhor à situação. Todavia, Elifaz estava baseando seu conselho em uma premissa falsa: ele acreditava que Jó estava sendo disciplinado por Deus, em lugar de estar sendo testado como um testemunho a Satanás.
A obediência à vontade revelada de Deus resultaria em edificação (Jó. 22.23), proteção e prosperidade (v. 25), comunhão e comunicação com Deus (vv. 26-28), e confiança diante de Deus (v. 29).
Vários métodos podem ser usados para se receber orientação da Palavra de Deus. Um deles é a memorização. Este método pode ser visto na declaração de Elifaz: “Põe as suas palavras tio leu coração” (Jó 22.22). A idéia é estabelecer firmemente algo no coração ou no homem interior. Um programa de memorização mal preparado ou sem boa vontade seria insuficiente para cumprir as exigências deste imperativo. O programa de memorização de Jó precisava ser sério e duradouro. Sua reação indica que ele tinha seguido essa prática (Jó 23.11,12). A memorização da Palavra de Deus o tinha levado a uma subordinação consciente da sua vontade à do Senhor de sua vida.
A memorização das Escrituras é ensinada na Palavra. O salmista também enfatizou este método de reter as verdades de Deus (SI 119.11). A Palavra de Deus entesourada no homem interior é uma fonte constante e segura de purificação, poder e orientação espirituais. Jó experimentou tudo isso em seu relacionamento com a revelação divina.
EXAMINE A SUA VIDA
As Escrituras nos habilitam para toda boa obra. Você está procurando estudar a Palavra de Deus para ficar também capacitado? Jó dependia da Palavra de Deus para guiar sua vida. E você? A obediência de Jó dava-lhe confiança diante de Deus. Você pode dizer com sinceridade que tem tal confiança? A memorização da Palavra nos ajuda a receber a orientação divina. Você faz uso desse sistema para guardar as palavras do Senhor em seu coração?
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