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O Tema dos Desigrejados
O tema dos desigrejados, suas causas e consequências dentro do cenário protestante brasileiro, no que tange ao comportamento de muitos deles e simpatizantes, revela um padrão relacionado com o modus operandi de alguns grupos. Esse modus operandi evidencia algumas fragilidades, inconsistências e incoerências do movimento, mostrando que, por mais que se tente, não se consegue despir completamente de quaisquer traços institucionais, pois tais traços são inerentes e inseparáveis das experiências dos ajuntamentos.
Expressões Institucionais no Movimento dos Desigrejados
Podemos apontar algumas expressões institucionais presentes no movimento dos desigrejados:
- Em uma reunião de desigrejados, há sempre alguém que dirige as reuniões. Geralmente, é aquele que detém, senão o monopólio, ao menos a maior parte da palavra. É o mestre do grupo e, na prática, é o pastor. Outros do grupo fazem algumas contribuições, contam experiências, leem versículos e, ocasionalmente, trazem uma mensagem, mas a abordagem principal é daquele que tem a capacidade do ensino e da pregação, assim como nas igrejas convencionais. Ao comparar os grupos e observá-los na internet, nota-se que os líderes dos desigrejados são os que mais falam, ensinam e abordam. A diferença é que não são chamados de pastores, mas sim de “irmão”, “mentor” ou pelo próprio nome. No entanto, trata-se apenas de uma rejeição didática da nomenclatura “pastor”, pois, na prática e na dinâmica do trabalho, eles se comportam, agem e reagem como os pastores que conhecemos.
- Criticam a institucionalização da igreja, mas dão nomes aos seus projetos, como “Caminho da Graça”, “Igreja Orgânica”, “Igreja nos Lares”, etc. Qual a diferença para outros nomes, como “Nova Vida”, “Assembleia de Deus”, “Metodista”, entre outros?
O Fenômeno dos Desigrejados
O fenômeno dos desigrejados surge com a interpretação de que toda estrutura religiosa apresenta-se como uma “instituição desnecessária”, defendendo que a fé cristã pode ser exercida desvinculada da comunhão da igreja. Segundo Campos (2017), os desigrejados não aceitam qualquer forma de igreja organizada e institucionalizada, uma vez que, segundo seus conceitos, Jesus também não organizou nem construiu templos. Para eles, a igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas ou seminários. Em seus relatos, descrevem que um dos piores erros é a ineficiência da liderança eclesiástica, haja vista que a organização humana tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, prestando um desserviço ao Evangelho, chegando ao ponto de afirmarem: “Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus”.
João Pessoa-PB, 21/03/2024.
Pr. Pedro Inácio