Semana 5: O evangelho da graça em ação – União em Cristo (Fm 20-22) – União em Cristo – A nova identidade em Cristo
Introdução:
Nesta semana, mergulharemos no tema “União em Cristo” abordado na Carta de Filemon. Ao explorar os versículos 20 a 22, examinaremos como a relação transformada entre Onésimo e Filemon ilustra a nova identidade que os crentes têm em Cristo. Veremos como o evangelho supera as diferenças sociais e nos une como membros da mesma família.
Em nossa sociedade moderna, marcada pelas divisões de classe, raça, gênero e outras diferenças sociais e culturais, a mensagem do apóstolo Paulo em Filemon ressoa com relevância contundente. Ao reconhecer nossa identidade e união com Cristo, somos chamados a tratar todos com amor e respeito, promover a justiça e a igualdade e cultivar uma comunidade caracterizada não por divisões e estratificação, mas por unidade e amor em Cristo. Conforme prosseguimos em nosso estudo desta semana, que essas verdades penetrem em nossos corações e nos motivem a viver de acordo com nosso chamado como filhos amados de Deus.
A transformação do relacionamento de senhor e escravo em uma relação de irmãos em Cristo (Filemon 20).
No versículo 20 da Carta de Filemon, o apóstolo Paulo destaca a transformação do relacionamento entre Filemon e Onésimo. Ele faz um apelo a Filemon em nome de Onésimo, pedindo-lhe que o receba de volta, não mais como escravo, mas agora como irmão em Cristo. Essa mudança na dinâmica do relacionamento é notável, pois o evangelho da graça age de maneira profunda e transformadora.
Paulo enfatiza que a nova identidade em Cristo transcende as categorias sociais e hierarquias humanas. A partir do momento em que Onésimo se tornou um seguidor de Jesus, ele passou a ser parte da mesma família espiritual como Filemon. Não importa o histórico de escravidão ou as diferenças de posição social, ambos agora se encontram em igualdade perante Deus e são chamados a se tratar como irmãos em Cristo.
Essa transformação do relacionamento é um exemplo poderoso do poder do evangelho em quebrar as barreiras sociais e restaurar a unidade e a comunhão entre as pessoas. O evangelho não apenas salva, mas também reconcilia, transformando relacionamentos e criando uma nova forma de comunhão baseada no amor de Cristo.
Ao compreendermos essa transformação e aplicarmos esse princípio em nossas vidas, somos desafiados a ver além das divisões sociais e a tratar nossos irmãos e irmãs em Cristo com amor, respeito e igualdade, independentemente de sua posição social, raça ou background. A união em Cristo supera todas as barreiras e nos leva a experimentar um nível mais profundo de comunhão e relacionamento centrado em nossa identidade comum em Cristo.
A relativização das diferenças sociais diante da identidade comum em Cristo (Filemon 21).
No versículo 21 da Carta de Filemon, Paulo aborda a questão das diferenças sociais em relação à nova identidade em Cristo. Ele menciona que tem plena confiança na obediência voluntária de Filemon, ao fazer referência à sua disposição em obedecer ao apelo de Paulo.
A nossa identidade em Cristo desafia as normas sociais preestabelecidas e promove uma visão igualitária e inclusiva da humanidade. Paulo fala de uma obediência e identidade que emanam do entendimento do amor de Cristo, não das expectativas ou regras sociais. Isso implica em uma mudança de perspectiva, afastando-se de preconceitos e favoritismos, rompendo com estereótipos e julgamentos precipitados. Isso também significa promover a inclusão e tratar todas as pessoas com respeito e dignidade, reconhecendo que diante de Deus, independentemente do status social, todos são iguais em Cristo. Isso nos exorta a valorizar o indivíduo pelas suas características e qualidades individuais, e não pela posição social ou econômica, e a cultivar a humildade, lembrando-nos de nossa posição igualitária na presença de Deus.
Aplicação prática: A relativização das diferenças sociais diante da identidade comum em Cristo nos desafia a tratar todas as pessoas com amor, respeito e igualdade, independentemente de sua posição social. Isso implica em:
- Abandonar o preconceito e o favoritismo, reconhecendo o valor intrínseco de cada ser humano como criado à imagem de Deus.
- Romper com estereótipos e julgamentos precipitados, baseando nossas interações nas características e qualidades individuais das pessoas.
- Promover a inclusão, proporcionando oportunidades iguais e justas para todos, sem discriminação.
- Cultivar a humildade, reconhecendo que, diante de Deus, não há distinção de status ou posição social, todos somos iguais em Cristo.
A aceitação baseada na união dos crentes com Cristo, o Amado (Filemon 22).
No versículo 22 da Carta de Filemon, Paulo fala sobre a certeza e expectativa de sua liberação e sua visita subsequente, convidando Filemon e a comunidade para preparar um local para ele. Esta expectativa, expressa com confiança, reflete a fé de Paulo na providência e na promessa de Deus.
Ao considerar a aceitação baseada na união dos crentes com Cristo, o Amado, é crucial destacar que a aceitação não é baseada em nossas ações, méritos ou status social, mas, sim, na nossa identidade compartilhada e união com Cristo. Essa união, construída através da fé, transcende todas as barreiras humanas, incluindo classe, raça e gênero. Em Cristo, todos somos iguais, todos somos amados e aceitos por Deus.
Isso nos lembra da graça de Deus, que aceita e nos ama, apesar de nossas falhas e imperfeições. Esta ideia transforma nossa perspectiva sobre os outros e sobre nós mesmos, nos incitando a nos tratarmos com amor, aceitação e respeito mútuo, reconhecendo a imagem de Deus em cada um de nós.
Assim, a união com Cristo nos impulsiona a aceitar uns aos outros e a mostrar compaixão e amor, assim como Cristo faz conosco. Tal aceitação nos libera das armadilhas do julgamento, preconceito e discriminação e nos permite cultivar um ambiente de comunidade, solidariedade e entendimento mútuo.
Conclusão:
A mensagem central que emergiu deste estudo sobre a união em Cristo é de uma comunidade igualitária e inclusiva que é marcada pelo amor divino e a aceitação mútua. Ao destacar as transformações significativas que a fé cristã implica, a Carta de Filemon nos convida a repensar sobre como entendemos e vivenciamos nossas relações, tanto com Deus como com os outros. Nosso status, papel ou posição social não são mais definidores de nossa identidade, mas sim nossa união com Cristo, que é um compromisso com uma existência marcada pelo amor, respeito e justiça.
Esta semana de estudos nos desafiou a considerar como podemos atualizar essa visão Cristocêntrica em nosso contexto contemporâneo. Como podemos viver de forma autêntica como irmãos e irmãs em Cristo, superando divisões e hierarquias sociais? Como podemos proclamar e personificar o Evangelho da graça de maneira tangível em nosso mundo cotidiano?
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