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TogglePalavra ministrada pelo Pr Josias Moura na Igreja do Betel Brasileiro da Torre.
O Cristão e a defesa da fé
Judas 3 e 4: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. 4 Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”
1) Introdução
As palavras acima, foram escritas por Judas. Não falamos de Judas Iscariotes, mas do Judas que era um dos irmãos de Cristo. Suas palavras foram escritas numa época em que o cristianismo enfrentava uma severa oposição espiritual por parte de apóstatas que plantavam sementes de engano entre os cristãos. Nesse cenário, surge Judas conclamando a Igreja para lutar pela defesa da sua fé, e assim sair em defesa da verdade em meio a uma intensa batalha espiritual.
Assim, o livro de Judas trata de promover uma convocação para que os cristãos se levantem em defesa da fé cristã.
No uso comum do termo, apologética, nada mais é do que a defesa do cristianismo, de suas crenças e de seu livro sagrado.
2) Em muitas circunstâncias, encontramos nas paginas do Novo testamento, os apóstolos agindo em defesa da fé:
- Em I coríntios, Paulo defende a doutrina da ressurreição.
- No livro de Gálatas, Paulo defende o cristianismo da graça da influencia negativa do cristianismo legalista dos judaizantes.
- Em I João, o apostolo defende o cristianismo do evangelho gnóstico que negava a doutrina da humanidade de Cristo.
- Em Hebreus, é defendida a ideia da supremacia de Cristo sobre a lei Judaica.
3) Os desafios do nosso tempo são diferentes. Vivemos numa época, que chamamos de pós moderna, onde grandes gigantes tem desafiado a fé cristã. Gostaria de destacar alguns destes gigantes.
a. Primeiro gigante: O antropocentrismo
Esta é uma época onde muitas pessoas divinizam a vontade do homem e humanizam Deus. A pós modernidade faz com que muitos destronem Deus, como autoridade absoluta, e entronizem ao próprio homem.
Somos desafiados por um cristianismo centrado no homem, onde Deus se transforma num instrumento secundário que trabalha para realizar todos os gostos e vontades soberanas do homem. Muitos se acham no direito de viver determinando. É comum ouvirmos frases assim: “Eu determino, ou eu decreto…”. Muitos sentem-se como “Senhores ou senhoras do destino”.
Como lideres somos desafiados a falar da soberania Deus. Era isto que Paulo anunciava aos filipenses no capitulo 2:9-11: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.”
Nosso grande desafio é declarar a esta geração que Deus permanece em seu trono, e que Ele reclama por ser entronizado dentro dos nossos corações.
b. Segundo gigante: O individualismo
Nunca houve na história da humanidade uma época de tanta produção de alimentos, mas muitas crianças continuam morrendo com fome em alguns países da África.
O Capitalismo estimula o individualismo, pois para alguém ter, certamente outro terá que perder. E assim muitas pessoas se tornam centradas em suas ambições pessoais e inertes às necessidades alheias.
Convêm lembrar irmãos, que o cristianismo em sua origem não celebrava o individualismo. Os primeiros cristãos tinham alegria tanto em receber como em dividir. Hoje, muitos só querem receber. Até mesmo na forma de orar, muitos só priorizam pedir para si mesmos.
Tiago diz no capitulo 2:17, que “também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” Nesse contexto, ele esta falando sobre a necessidade de dividir com aqueles que necessitam.
Nosso grande desafio é portanto, ensinar a esta geração que precisamos ter alegria tanto em receber como compartilhar, precisamos ter prazer tanto em nossas conquistas pessoais como nas conquistas dos outros.
c. Terceiro gigante: O hedonismo
Como movimento filosófico, o hedonismo teve sua origem nos ensinos dos epicureus, cuja máxima era “comamos e bebamos e amanhã morreremos”. Assim os hedonistas ensinavam que o certo é aquilo que é prazeroso e agradável. O hedonismo considera que o prazer individual é o único bem responsável.
Temos visto o reflexo do hedonismo na apologia do sexo livre e na disseminação da pornografia nos meios de comunicação, onde até mesmo crianças e adolescentes tem acesso livre. Ouvi falar de uma criança que estava conectada em um jogo virtual que tem se tornado uma febre, o haboo. De repente algum usuário entrou no ambiente virtual propondo-se a falar imoralidades.
Gastaldi diz que a geração da era pós moderna "tem prazer no efêmero, no fragmentário, no descontínuo e no caótico. Viver é experimentar sensações; quanto mais fortes, intensas e rápidas, melhor. Nada de sentimentos, de culpa, nada de bem e de mal, nada de valores: o que importa é o que me agrada, ou o que me traz prazer”.
Somos desafiados a dizer a esta geração que seu verdadeiro prazer deve estar na palavra de Deus: “1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmos 1:1-2 RA)
d. Quarto gigante: O relativismo
O relativismo tem sua gênese no pensamento de Hegel, filosofo alemão. Em sua dialética Hegel ensinava que “….todo certo tem um pouco de errado, e todo errado tem um pouco de certo”. Essa forma de pensar foi evoluindo e chegou ao que chamamos de relativismo.
Segundo o relativismo, não há verdades absolutas, e assim, o padrão do certo ou errado esta vinculado a consciência de cada um. Influenciados pelo relativismo muitas pessoas passam a relativizar as verdades do cristianismo, mas contraditoriamente tornam absolutas muitas das suas próprias convicções.
O relativismo nos desafia a dizer a esta geração que Jesus é a sua verdade absoluta. Foi Ele quem disse em João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
e. Quinto gigante: O materialismo
O materialismo é uma filosofia que superestima o material, o físico e o palpável em detrimento do espiritual e do eterno. Os materialistas julgam o mundo espiritual como abstrato, secundário e como algo sem relevância, e acreditam que a essência da vida esta em acumular ou TER.
O materialismo estimula as pessoas a VIVEREM PARA TER. Porem, a ênfase do cristianismo bíblico esta em VIVER PARA SER. Somos desafiados a viver para sermos santos, luz do mundo e sal da terra em meio a uma geração que vive para ter.
Jesus encontrou pessoas materialistas, como o jovem rico, que preferiu suas próprias riquezas em vez das riquezas do reino. Mas ele também encontrou pessoas como Zaqueu, que foram capazes de trocar o materialismo pelos valores do reino.
O materialismo tem influenciado muitos discursos religiosos, fazendo com que muitas pessoas busquem em Deus recompensas meramente materiais.
Vivemos hoje testemunhando o auge da teologia triunfalista e da teologia da prosperidade. Estamos vendo adesões em massa, e provavelmente poucas conversões. Temos visto que muitos estão em busca das bênçãos materiais de Deus e não de Deus.
Somos desafiados pelo materialismo a anunciar para esta geração que seu estilo de VIVER PARA TER, não lhe trará satisfação interior. Esta geração necessita saber através de nós que sua sede e sua busca só será satisfeita quando ela aprender a desejar o Senhor como a corça suspira pelas águas. É esta sede que o salmista tem em seu coração no salmo 42: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. 2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
Somente a sede por Deus nos satisfaz, e não a sede por suas bênçãos. Assim meus irmãos, a sede por intimidade com Deus é a grande arma que temos para evangelizar uma geração que procura satisfação em coisas materiais.
4) Conclusão
O antropocentrismo, o individualismo, o hedonismo, o relativismo e o materialismo são alguns dos grandes gigantes que desafiam a fé cristã nesta geração.
Porem, encontramos na história bíblica, o exemplo de que um grande gigante já foi derrubado com apenas uma pedrinha. Precisamos crer no poder do evangelho, pois esta é a nossa “pedrinha” para derrubar os gigantes ideológicos desta geração.
Como Davi se dispôs para enfrentar Golias, que nós sejamos capazes de nos dispor para servir ao Senhor da Seara. Ele esta conosco e nos ajudará a vencer os desafios desta época.
Que Deus nos abençoe!
Pr Josias Moura
Nota: Parte do conteudo da ministração acima, foi retirada de outra ministração do Pr Josias numa ocasião em que esteve com estudantes da ABU.