Aula de Romanos 4 – O Exemplo de Abraão

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A Justificação pela Fé: O Exemplo de Abraão

Introdução

No capítulo 4 de Romanos, Paulo utiliza o exemplo de Abraão, o patriarca dos hebreus, para ilustrar como a fé sempre foi o meio de justificação, em contraste com a justificação pelas obras ou pela circuncisão. Abraão foi considerado justo por Deus por causa de sua fé em Deus, que lhe fez uma promessa de que ele seria o pai de muitas nações. Essa promessa não dependia da obediência à lei ou do sinal da circuncisão, mas da confiança em Deus, que ressuscita os mortos e cria coisas que não existem. Paulo argumenta que Abraão é o pai de todos os que creem, tanto judeus quanto gentios, e que a justificação pela fé se aplica a todos os que creem em Jesus Cristo, o descendente prometido a Abraão.

O objetivo de Paulo ao usar o exemplo de Abraão é mostrar que a justificação pela fé não é uma novidade do evangelho, mas uma continuidade da revelação de Deus desde o Antigo Testamento. Paulo também quer mostrar que a justificação pela fé é acessível a todos os povos, independentemente de sua origem ou práticas religiosas. Paulo quer enfatizar que a fé em Deus e em Jesus Cristo é o fundamento da justificação e da promessa de Deus a Abraão e sua descendência.

1.Resumo dos principais ensinos: 

Neste trecho de Romanos 4, o apóstolo Paulo aborda a justificação pela fé, usando Abraão como exemplo. Ele divide sua argumentação em cinco partes principais:

  1. Abraão justificado pela fé, não pelas obras (Romanos 4:1-8): A passagem mencionada, Romanos 4:1-8, é uma parte da epístola de Paulo aos Romanos, na qual ele discute o tema da justificação pela fé. Paulo usa o exemplo de Abraão para ilustrar como a fé em Deus é o meio pelo qual uma pessoa é considerada justa aos olhos de Deus, em contraste com a justificação pelas obras da lei. No trecho, Paulo argumenta que se Abraão tivesse sido justificado por suas obras, ele teria razão para se orgulhar diante de Deus. No entanto, Paulo enfatiza que a justificação de Abraão não foi baseada em suas obras, mas em sua fé em Deus. Paulo cita Gênesis 15:6, que relata que Abraão creu em Deus e isso lhe foi creditado como justiça. Essa afirmação de Paulo destaca a importância da fé como o meio pelo qual as pessoas são declaradas justas diante de Deus. A fé em Deus e na obra redentora de Jesus Cristo, segundo o ensino de Paulo, é o que permite que os seres humanos sejam reconciliados com Deus e recebam a justificação.
  2. A circuncisão como sinal da fé de Abraão (Romanos 4:9-12): Na carta aos Romanos, Paulo usa o exemplo de Abraão para explicar a justificação pela fé. A circuncisão, que é um sinal da aliança entre Deus e Abraão, foi dada a Abraão depois que ele foi justificado. Portanto, a circuncisão não é a causa da justificação de Abraão, mas sim um selo de sua fé já existente. Paulo enfatiza que Abraão foi justificado antes de ser circuncidado. Isso mostra que a justificação pela fé é acessível a todos, independentemente de serem circuncidados ou não. Portanto, Abraão é o pai de todos os que creem, mesmo que não sejam circuncidados, para que a justiça também seja atribuída a eles. Ele também é o pai dos circuncisos que não são apenas circuncisos, mas também seguem os passos da fé que Abraão teve antes de ser circuncidado.
  3. A promessa de Deus a Abraão e sua descendência (Romanos 4:13-17): Deus fez uma promessa a Abraão, o patriarca dos hebreus, de que ele seria o pai de muitas nações. Essa promessa não foi baseada na obediência à lei, mas na justiça pela fé. Isso significa que Abraão foi considerado justo diante de Deus por causa da sua confiança em Deus, e não por causa das suas obras ou do seu cumprimento dos mandamentos. A promessa de Deus a Abraão envolvia tanto uma bênção material quanto uma bênção espiritual. A bênção material era que Abraão teria uma descendência numerosa, que herdaria a terra de Canaã. A bênção espiritual era que Abraão seria o pai daqueles que creriam em Deus, que ressuscita os mortos e cria coisas que não existem. Essa é a base da promessa de Deus a Abraão e sua descendência.
  4. A fé inabalável de Abraão (Romanos 4:18-22): Abraão creu na promessa de Deus, mesmo quando parecia impossível. Ele tinha quase cem anos, e sua esposa Sara era estéril. No entanto, ele não duvidou do poder de Deus, mas esperou com paciência o cumprimento da promessa. Sua fé foi fortalecida ao longo do tempo, à medida que ele obedecia a Deus e via as suas intervenções sobrenaturais. Ele estava disposto a sacrificar o seu único filho Isaque, confiando que Deus poderia ressuscitá-lo. Essa fé inabalável foi o que lhe garantiu a justificação, ou seja, a declaração de Deus de que ele era justo e aceito por ele.
  5. A justificação pela fé se aplica a todos os crentes (Romanos 4:23-25): Paulo conclui que a justificação pela fé não se aplica apenas a Abraão, mas também a todos os que creem em Jesus Cristo. Jesus Cristo é o descendente prometido a Abraão, por meio do qual todas as nações da terra seriam abençoadas. Ele é o Filho de Deus, que foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação. Ele é o objeto da nossa fé, e somente por meio dele podemos ser salvos. Assim como Abraão foi justificado pela fé em Deus, nós somos justificados pela fé em Jesus Cristo. Essa é a mensagem do evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

Em resumo, Paulo argumenta que a justificação pela fé, exemplificada na vida de Abraão, é acessível a todos os crentes, independentemente de sua origem ou práticas religiosas. A fé em Deus e em Jesus Cristo é o fundamento da justificação e da promessa de Deus a Abraão e sua descendência.

2.Vejamos algumas aplicações práticas: 

  • Devemos confiar na promessa de Deus, mesmo quando as circunstâncias são contrárias à nossa esperança. Abraão creu que seria pai de muitas nações, mesmo sendo velho e estéril4. Ele não duvidou do poder de Deus, mas se fortaleceu na fé.
  • Devemos reconhecer que somos pecadores e que não podemos nos justificar diante de Deus por nossas próprias obras. A lei revela o nosso pecado, mas não nos salva dele. Somente pela fé em Cristo podemos receber o perdão e a vida eterna.
  • Fé em vez de obras: O capítulo destaca que a justificação vem pela fé e não pelas obras (Romanos 4:4-5)7. Isso nos ensina a depender da graça de Deus e não de nossos próprios esforços para alcançar a salvação.
  • A importância da fé genuína: Abraão foi justificado por sua fé genuína em Deus, e não por sua obediência à lei (Romanos 4:1-3). Isso nos lembra da importância de ter uma fé verdadeira e sincera em Deus, em vez de apenas seguir regras e tradições religiosas.
  • União entre judeus e gentios: O exemplo de Abraão mostra que a justificação pela fé é aplicável tanto aos judeus quanto aos gentios (Romanos 4:16-17). Isso nos encoraja a buscar a unidade entre diferentes grupos de pessoas, reconhecendo que todos somos salvos pela mesma fé em Jesus Cristo.
  • A paz proveniente da justificação pela fé: A justificação pela fé nos traz paz e esperança (Romanos 5:1). Podemos experimentar essa paz em nossas vidas, sabendo que somos justificados e aceitos por Deus por meio de nossa fé em Jesus Cristo.

Conclusão

A lição principal de Romanos 4 é que a justificação é alcançada pela fé em Deus e em Jesus Cristo, e não pelas obras ou pela circuncisão. O exemplo de Abraão demonstra que a fé sempre foi o meio de justificação e que essa justificação está disponível para todos os crentes, independentemente de sua origem ou práticas religiosas.